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“Se te mexes, mato-te”. GNR que sobreviveu relata frieza de Pedro Dias

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Paulo Novais / Lusa

Pedro Dias, suspeito de um duplo homicídio em Aguiar da Beira

“Se te mexes, mato-te.” A frase terá saído da boca de Pedro Dias e consta do depoimento do militar da GNR que sobreviveu em Aguiar da Beira, que descreve a atitude do acusado como “calculista” e “calma”.

António Ferreira, de 41 anos, sobreviveu depois de ter sido, alegadamente, atingido a tiro por Pedro Dias, o homem que esteve em fuga durante quase um mês, sendo suspeito da morte de duas pessoas em Aguiar da Beira, no distrito da Guarda.

O agente da GNR terá relatado como tudo aconteceu logo no dia dos crimes, a 11 de Outubro, e agora o Correio da Manhã divulga partes do depoimento do militar ao Ministério Público.

De acordo com o jornal, o agente diz que, “sempre que tentava reagir, Pedro Dias lhe perguntava se queria morrer”. “Se te mexes, mato-te”, terá dito logo depois de ter alegadamente, disparado contra o agente Carlos Caetano que foi “morto com um tiro na cara”, como também conta.

A publicação afiança que António Ferreira “emociona-se várias vezes ao recordar os episódios violentos” e que relata “a atitude calculista, a enorme calma e a frieza de Pedro Dias” num depoimento “considerado muito consistente e sem contradições”.

O agente também refere no depoimento que “ajudou a carregar o corpo do colega para a bagageira” e que “foi algemado à porta do carro”, frisa o CM, acrescentando que Pedro Dias ainda passou em frente ao posto da GNR para “matar mais guardas”.

Mas António Ferreira despistou-o, argumentando que havia um sistema de vídeo-vigilância na esquadra, e foi então levado para um monte, onde foi “forçado a algemar-se a um pinheiro”, “alvejado na cara e desmaiou”, nota o CM.

Pedro Dias está em prisão preventiva na cadeia de alta segurança de Monsanto, em Lisboa, e nos últimos dias, recebeu visitas de familiares, nomeadamente da filha de 10 anos e da namorada que levou o filho de ambos, que tem 11 meses.

O CM repara que a prisão tem um sistema onde “o recluso e visitante estão separados por um vidro e têm de contactar através de um comunicador”.

ZAP

8 Comments

  1. Há aqui algo que não bate certo!!!! O guarda diz que foi algemado à arvore e, depois, rasteja até á aldeia mais próxima??? Como?
    No inicio deste “filme” recordo-me de ouvir e ler que este gnr tinha ficado amarrado a uma arvore mas que conseguiu soltar-se, até aqui tudo bem, pode ser possivel, agora o que me parece muito dificil é ter ficado algemado e conseguir soltar-se.
    Ainda há muito por esclarecer nesta história toda, de facto.

  2. Não entendo como uma brigada policial aborda um cidadão que está sozinho a dormir no carro e não vai preparada para qualquer eventualidade. Que raio de treino tem essa gente? Andam sempre no mínimo dois agente e são apanhados ambos, um foi assassinado e o outro ajudou o alegado assassino a colocar o corpo do agente morto na mala do carro? Como é que ajudou sem se mexer? E quando estavam a colocar o corpo da vítima na mala do carro não surgiu nenhuma oportunidade de o agente policial, pelo menos, desaparecer da zona perigosa? Então que é que tem treino para lidar com quem, o criminoso ou o agente policial? Parece-me haver muita coisa por esclarecer ainda, para não falar de parecer uma história mal contada… Espero que um dia ainda se venha a saber a VERDADE.

    • Pois na verdade os brandos costumes em Portugal parece já ser coisa do passado e na verdade embora para qualquer inocente pareça ser demasiado forte o certo é que neste caso e para mais durante a noite os guardas deveriam ir já de pistola na mão e ao abordarem o sujeito fazê-lo encostar e verificar se teria arma no corpo ou na viatura, proceder assim com toda a gente parece ser um pouco exagerado mas será a forma mais segura, libertinagem a mais foi no que deu esta “democracia” agora há que sofrer as consequências.

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