Soldado israelita condenado por homicídio de palestiniano ferido

Heidi Levine / EPA

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Um tribunal militar israelita considerou, esta quarta-feira, culpado de homicídio um militar israelita que matou com um tiro na cabeça um jovem palestiniano, ferido e imóvel, depois de este ter atacado uma patrulha à facada.

O processo durou vários meses e tem dividido a sociedade israelita, motivando manifestações à porta do quartel, onde foi instalado o tribunal, por parte de pessoas que defendem que o sargento Elor Azaria é um herói.

Os três juízes encarregados do caso deverão levar várias semanas a decidir a pena de Azaria, um militar de 20 anos. O sargento enfrenta uma pena de prisão de até 20 anos.

Azaria foi filmado, a 24 de março de 2016, por um ativista pró-palestiniano a executar sumariamente – com um tiro na cabeça – o jovem palestiniano Abdel Fattah al-Sharif, em Hebron (Cisjordânia, território ocupado por Israel).

O jovem de 21 anos, juntamente com um companheiro, tinha acabado de atacar à facada um grupo de militares israelitas. Os militares responderam a tiro e atingiram Abdel, que ficou no chão, imóvel – gravemente ferido e, aparentemente, sem constituir perigo.

A defesa do sargento Azaria, que se declarou inocente, afirmou em tribunal que o militar disparou na cabeça do palestiniano porque pensava que este trazia consigo, dissimulado, um cinto de explosivos.

O julgamento foi acompanhado pelas grandes cadeias de televisão israelitas. No exterior do tribunal registaram-se confrontos entre as forças de segurança e os apoiantes de Azaria, que mostraram cartazes com os dizeres “o povo de Israel não abandona um dos seus soldados no campo de batalha”.

Antes de assumir a pasta de ministro da Defesa de Israel, Avigdor Lieberman deu o seu apoio ao sargento Azaria, uma posição que foi esmorecendo quando assumiu um dos ministérios mais importantes do governo israelita.

Hoje, Lieberman afirmou-se “desgostoso” com a condenação por homicídio.

O veredito é difícil. Tenho de dizer, tanto aos que ficaram agradados com a sentença, como aos que, como eu, não gostaram, que todos temos um compromisso de a respeitar e mostrar moderação”, afirmou.

// Lusa

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