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Metro de São Paulo continua em greve a 3 dias do Mundial

ABr

Estação deserta do Metro de São Paulo

Estação deserta do Metro de São Paulo

O sindicato dos trabalhadores do Metro de São Paulo decidiu manter a greve iniciada na semana passada e promete fazer piquetes para impedir que os colegas continuem a trabalhar.

Apesar de o Tribunal Regional do Trabalho ter considerado a greve abusiva, os trabalhadores do Metro continuam parados na cidade de São Paulo pelo quinto dia seguido. A exemplo do que vem a acontecer desde a última quinta-feira, a circulação de composições do metro é parcial.

“Seguiremos com a greve até que o governo de São Paulo negocie com a gente”, disse o secretário-geral do Sindicato dos Metroviários, Alex Fernandes, à BBC.

O sindicalista descreve que algumas linhas do metro operam neste momento em função de um plano de contingência, implementado pela empresa, no qual as composições estariam a ser operadas por supervisores e coordenadores.

“Nós já estamos nos organizando para fazer piquetes em trens, estações e pontos de manutenção”, afirma, e lança o alerta: “Ninguém vai trabalhar. Se não chegarmos a um acordo, na quinta-feira não vai ter metrô nem para Itaquera nem para lugar nenhum.”

Este domingo, o Tribunal Regional do Trabalho declarou como “abusiva” a greve dos trabalhadores do metro paulista.

De acordo com a BBC, o clima na assembleia geral dos trabalhadores neste domingo foi tenso e favorável à manutenção da greve desde o início, com protestos contra a FIFA e os gastos com o Mundial.

Uma nova assembleia está marcada para as 13h desta segunda-feira (17h em Portugal). Os trabalhadores também prometem uma manifestação na estação Ana Rosa, juntamente com o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST).

Reivindicações

A greve começou na quinta-feira passada e tem gerado grande apreensão, além de complicar a situação do trânsito da cidade a poucos dias da abertura do Mundial, que tem lugar esta quinta-feira.

Os grevistas iniciaram a paralisação reivindicando um aumento de 35,5%, mas agora exigem apenas 12,2%. A empresa oferecia um aumento de 7,8% e elevou sua proposta para 8,7%, que foi rejeitada pelos metroviários, mas ratificada pelo Tribunal Regional do Trabalho.

Altino de Melo Prazeres Júnior, presidente do sindicato da categoria, disse que a proposta oferecida pelo governo estadual, a mesma da Justiça – 8,7% de aumento sobre os salários em 30 abril deste ano, que considera o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), além de 3,5% de aumento real – é insuficiente.

O presidente disse ainda que o sindicato não tem intenção de prejudicar o Mundial de Futebol – a abertura do evento ocorre dentro de três dias na capital paulista.

O sindicato não quer acabar com a Copa. Sou torcedor de futebol e vou torcer pelo Brasil. Mas tem que ter dinheiro também para o trabalhador, não pode gastar só com o Itaquerão, só com grandes obras”, declarou.

ZAP / BBC / ABr

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