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“Mein Kampf” já é um best-seller na Alemanha

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Jaysmark / Flickr

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A primeira reedição do “Mein Kampf” na Alemanha revelou-se um “best-seller” e vai ter uma sexta tiragem, informou esta terça-feira a sua editora.

O Instituto de História Contemporânea de Munique (IfZ) disse que cerca de 85 mil cópias da nova versão anotada do manifesto antissemita, escrito por Adolf Hitler, foram vendidas desde o seu lançamento em janeiro.

No entanto, o instituto assinalou que longe de promover a ideologia de extrema-direita, a publicação enriqueceu um debate sobre a renovada ascensão de “ideias políticas autoritárias” na sociedade ocidental contemporânea.

Inicialmente, foi prevista a publicação de apenas quatro mil cópias, mas a procura intensa explica que a sexta tiragem deva estar nas livrarias no final de janeiro.

A obra integrou durante quase todo o ano de 2016 a lista da revista Der Spiegel dos livros de não-ficção mais vendidos.

O instituto também organizou uma série de apresentações e debates relacionados com a obra do líder nazi em várias cidades da Alemanha e noutras cidades europeias.

“Descobriu-se ser totalmente infundado o medo de que a publicação pudesse promover a ideologia de Hitler ou torná-la aceitável e desse aos neonazis uma nova plataforma de propaganda”, disse o diretor do IfZ, Andreas Wirsching, num comunicado.

“Ao contrário, o debate sobre a visão do mundo de Hitler e a sua abordagem à propaganda permitiu olhar as causas e consequências das ideologias totalitárias, numa altura em que as opiniões políticas autoritárias e os ‘slogans’ de direita estão a ganhar terreno”, adiantou.

O livro foi originalmente impresso em 1925, oito anos antes de Hitler chegar ao poder, e foi proibido depois do fim da 2ª Guerra Mundial.

Visto como um manifesto político, é nele que o pai da ideologia nazi expressa a origem das suas ideias antissemitas, racistas e nacional-socialistas, posteriormente adotadas quando chegou ao poder.

ZAP // Lusa

2 Comments

    • Compreendo, mas destruido não. Faz parte da História do Mundo. Agora comercializá-lo é que não. Ainda para mais com o falso pretexto de enriquecer “um debate sobre a renovada ascensão de “ideias políticas autoritárias””. A maioria dos compradores, e compradoras, vão ser simpatizantes desses ideais escabrosos. Mas quando há dinheiro envolvido, tudo é válido…

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