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Médico acusado de mentir no caso do jovem que morreu à espera de cirurgia

(dr)

David Duarte, de 29 anos, morreu no hospital porque não havia médicos para o operar ao fim-de-semana.

Um médico da Unidade de Neurocríticos do Hospital de São José, em Lisboa, foi constituído arguido por alegadamente ter mentido no caso que investiga a morte de David Duarte, um jovem de 29 anos que faleceu nas urgências à espera de uma cirurgia.

O Correio da Manhã teve acesso ao processo de inquérito que decorre no Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa (DIAP) e refere que o médico Rui Duarte foi constituído arguido por prestar “falsas declarações às autoridades judiciais”.

David Duarte morreu a 14 de Dezembro de 2015, depois de ter dado entrada no Hospital de São José, com um aneurisma, num caso que originou demissões e revolta.

O jovem terá falecido por, na altura, não haver cirurgiões especializados de serviço ao fim-de-semana, no âmbito de um diferendo com o Ministério da Saúde por causa do valor pago pelas horas extraordinárias.

A família de David Duarte avançou com uma queixa-crime, com o intuito de apurar responsabilidades no caso, e a investigação levou à constituição de um único arguido, o médico Rui Duarte, pelo “crime de falsidade de depoimento ou eventual falsificação de documento”, conforme atesta o Correio da Manhã.

O jornal refere que o médico disse às autoridades ter “contactado pessoalmente” o neurocirurgião Pedro Roque, que estava de serviço nas Urgências, e o médico interno Lino Fonseca, do 5º ano de Neurocirurgia, entre as 23 horas e a meia-noite do dia 13 de Dezembro, para abordar o “provável estado de morte cerebral” de David Duarte, perante a “ausência de reflexos do tronco cerebral”.

Contudo, o neurocirurgião Pedro Roque terá alegado que “não foi contactado pela Unidade de Neurocríticos para examinar ou emitir opinião sobre a situação clínica de David Duarte”, conforme cita o CM.

O médico terá dito às autoridades que falou com o colega Rui Moreno por volta das 23 horas do dia 13 de Dezembro, mas sobre outro paciente que tinha sido transferido de Évora para a Unidade Cerebrovascular/AVC.

ZAP

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