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Marcelo encerra posse no Porto com abraço de Manuel do Laço e rap no bairro do Cerco

Miguel Nogueira / porto.pt

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O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, cumprimenta Manuel do Laço

Um abraço de Manuel do Laço, um discurso de esperança e uma visita ao bairro do Cerco marcam a passagem de Marcelo Rebelo de Sousa pelo Porto, na primeira vez que um Presidente da República leva uma tomada de posse à Invicta.

Neste terceiro dia das cerimónias de tomada de posse do novo Presidente, Marcelo foi recebido pelo presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, nos Paços do Concelho.

Antes, tinha recebido aplausos e gritos de “Marcelo” da população, e fez questão de parar para dar um abraço com o famoso Manuel do Laço, conhecido adepto do Boavista.

Depois, ouviu Rui Moreira a pedir-lhe para lutar “contra a desigualdade e a injustiça” por uma mudança de mentalidades para “um Portugal menos centralista” e que “deixe respirar os que querem ousar, arriscar, fazer mais e melhor”.

No seu discurso, Marcelo vincou o tom na esperança e no sonho.

“Temos de acreditar em nós próprios e no que valemos e podemos, para que as crises deixem de ser o único horizonte possível, para que seja possível, de vez em quando, abrir caminho ao sonho. Aqui, no Porto, é impossível não acreditar em Portugal”, disse Marcelo.

“É tempo de falar menos do que nos deprecia e falar mais do que nos valoriza”, disse ainda o Presidente, ressalvando que os portugueses não devem render-se “à ideia errada de que quase nove séculos de história ou de poder são obra do acaso, que é uma fatalidade que Portugal esteja votado a ser pobre”.

Citando escritores como Sophia de Mello Breyner e Miguel Torga, Marcelo aconselhou os portuenses para que “jamais troquem a liberdade, o seu rigor no trabalho, os seus gestos de luta e de coragem por qualquer promessa de sebastianismo político ou económico”.

Durante a tarde, o Presidente vai visitar o bairro do Cerco, onde assistirá a um espectáculo de hip hop do projecto OUPA, que conta com a colaboração da rapper Capicua e do músico André Tentúgal, no chamado largo dos Afectos.

Os jovens que vão cantar para Marcelo já disseram que gostariam de o ver a improvisar um rap. Não é provável que isso aconteça, mas pode-se esperar que o Presidente continue a quebrar o protocolo e a surpreender.

SV, ZAP

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