Mais de metade dos professores de Lisboa faltaram ao teste de inglês

Marcos Santos / USP Imagens

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Mais de metade dos professores de inglês da zona de Lisboa faltaram ao teste exigido para poderem avaliar a prova do Cambridge School destinado aos alunos do 9º ano, revelou o Sindicato dos Professores da Grande Lisboa (SPGL).

Cerca de quatro dezenas de docentes, selecionados pelos diretores das escolas da área de Lisboa, foram convocados para realizar esta segunda-feira a prova que os irá certificar para poderem corrigir o Preliminary English Test (PET), uma prova obrigatória para todos os estudantes que frequentam o 9º ano.

No entanto, mais de metade dos docentes não fez o teste: “Na escola Francisco Arruda, dos 25 professores previstos, estiveram apenas 14. Na Escola D. Dinis, dos 15 que entraram, 12 recusaram-se a fazer o teste”, contou à Lusa o secretário-geral da SPGL, António Avelãs.

Segundo o representante do sindicado, alguns docentes não compareceram para não prejudicar os atividade letiva: “Uma professora disse-me que não vinha porque os seus alunos iam ter hoje um teste de inglês e depois haveria apenas mais uma aula até ao final do período”, recordou António Avelãs.

Outros recusaram-se a fazer a prova por considerarem injustificado precisarem de um atestado de uma entidade exterior quando já dão aulas de inglês há muitos anos.

O IAVE garante que “não está em causa a validade das licenciaturas, dos mestrados ou dos doutoramentos ministrados pelas universidades portuguesas, pois a realização do CEPT é uma prática comum a todos os países onde as formações académicas dos docentes não conferem uma certificação linguística internacionalmente reconhecida”.

A prova – o Cambridge English Placement Test – dirige-se apenas aos professores sem “um certificado equivalente ao nível C1 ou superior, reconhecido por Cambridge English Language Assessment, a única entidade responsável pela emissão dos certificados”.

“Nós entendemos que isto é um processo extremamente incorreto, primeiro porque não faz sentido que estes professores sejam sujeitos a testes de proficiência linguística, quando são professores há muitos anos de inglês. Depois porque se trata de um negócio de uma empresa privada para o qual estão a ser usados recursos públicos, nomeadamente escolas e professores”, criticou o secretário-geral da SPGL.

Além disso, o SPGL contesta ainda a forma como o processo foi conduzido, lembrando que os docentes só foram informados da data da realização da prova no final da semana passada.

O sindicato vai “tentar provar que o processo é ilegal e abusivo”, avançou António Avelãs, dizendo que ainda é cedo para saber se irão avançar para tribunal.

No ano passado, mais de 100 mil alunos do 9º ano realizaram o “Key for Schools“, mas este ano o nível de exigência será superior, já que a prova a aplicar será o PET do Cambridge English Language Assessment.

A Lusa contactou o gabinete de imprensa do IAVE, mas até ao momento não obteve qualquer resposta.

/Lusa

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