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Mais de metade das lojas de compra e venda de ouro fecharam em 2013

markhillary / Flickr

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Entre Abril e Dezembro de 2013 fecharam 63% das lojas de compra e venda de ouro em Portugal, na sequência da desvalorização “abrupta” daquele metal precioso e do aumento da concorrência, segundo dados divulgados pela Golden Broker.

De acordo com o corretor da Golden Broker João Pinto, seis anos após o início da crise os portugueses recorrem cada vez menos à venda de ouro nas lojas de rua, adaptados que estão ao contexto económico e à necessidade de diminuir o consumo.

Como consequência, e depois do ‘boom’ registado desde 2008, o negócio de compra e venda de ouro em Portugal “poderá ter os dias contados”.

Na base destes encerramentos terão estado, segundo a corretora, a descida “abrupta” da cotação do ouro, que recuou cerca de 25% entre Março e Junho de 2013, e o aumento da concorrência no sector.

“Foram vários os factores que conduziram à abertura em massa deste tipo de negócio. Em primeiro lugar, entre 2002 e Agosto de 2011, a cotação do ouro valorizou em 537%, o que foi determinante para que houvesse uma expectativa muito elevada em relação à contínua e sustentada subida do preço do ouro”, explica João Pinto.

Paralelamente, a falta de liquidez e a dificuldade de acesso ao crédito levou a que a venda de bens fosse encarada como uma mais-valia no curto prazo, numa altura em que o ajuste da população à crise teve de ser feito de forma célere.

“Quando estas lojas começaram a aparecer, a concorrência era muito pouca, pelo que existia muita protecção relativamente a potenciais quedas do preço do ouro”, refere o ‘trader’, explicando que “estas lojas avaliavam as jóias com um desconto na ordem dos 30%”.

Contudo, o agravar da concorrência levou a um esmagamento da margem destas unidades, que recuou para os 5 a 7%, “factor que em muito contribuiu para que muitas tivessem que fechar portas”.

Alertando para a incerteza futura relativamente ao preço do ouro, a Golden Broker recomenda uma “gestão do risco muito rigorosa, para preservar o maior grau de segurança possível”.

/Lusa

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