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Mais de metade das crianças desaparecidas foge de casa

greg westfall / Flickr

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Dados do Instituto de Apoio à Criança (IAC) enviados à Lusa a propósito do Dia Internacional da Criança Desaparecida, que se assinala este domingo, revelam que a fuga de casa ou de uma instituição foi o principal motivo de desaparecimento de menores em 2013.

Manuel Coutinho, secretário-geral do IAC, alerta que a fuga de menores da família ou de instituições é “uma realidade” que chega diariamente ao SOS-Criança. Dos 60 casos de desaparecimento de crianças reportados  através do número europeu 116 000 ao SOS-Criança, 34 eram casos de fuga.

O responsável advertiu para a necessidade de estes casos serem denunciados de imediato ao Serviço SOS-Criança Desaparecida e às autoridades policiais para que o menor seja encontrado rapidamente. “As situações de fuga preocupam-nos muito e o que que eu peço às pessoas é que as denunciem, sejam fugas das famílias ou das instituições”, salientou.

O psicólogo adiantou que, muitas vezes, estas crianças e jovens quando são encontradas não são logo devolvidos às famílias ou instituições de onde fugiram.

“Ninguém foge de um sítio onde está bem. Se as pessoas fogem é porque estão aflitas, precisam de alguma ajuda e então quando as encontramos não podemos devolvê-las às instituições ou às famílias sem perceber o que esteve na origem da fuga”, explicou.

Dados do IAC referem que, dos 60 casos assinalados no ano passado, 31 continuavam desaparecidos a 31 de dezembro de 2013, enquanto 39 menores foram localizados durante esse ano.

“Consegue-se frequentemente recuperar as crianças porque as pessoas dão logo o alerta“, disse Manuel Coutinho, advertindo: “Quanto mais tempo passa, mais difícil é recuperar as crianças”.

Manuel Coutinho quis deixar uma mensagem de apelo dirigida principalmente aos pais para assinalar o Dia Internacional da Criança Desaparecida.

“Temos que estar atentos ao mundo que nos rodeia e temos que estar muito atentos quando os jovens estão na internet a navegar por sítios que muitas vezes não conhecem e com os contactos que têm através das redes sociais”, adiantou.

Sublinhou que estas situações merecem “muito cuidado, porque a maior parte do jovens que desaparecem são atraídos por estas redes sociais e vão ao encontro do desconhecido e, por vezes, deparam-se com situações difíceis, dramáticas que podem fazer perigar as suas vidas”.

“É bom que os pais conversem um pouco com os filhos neste Dia Internacional das Crianças Desaparecidas e lhes expliquem que efetivamente há perigos e que podemos tentar evitar que essas situações graves aconteçam”, frisou.

Esta data começou a ser celebrada depois do desaparecimento em Nova Iorque, a 25 de maio de 1979, de Etan Patz, que tinha então seis anos.

“O propósito da data é encorajar a população e a comunicação social a refletir sobre todas as crianças que foram dadas como desaparecidas na Europa e no mundo, e espalhar uma mensagem de esperança e solidariedade a nível internacional para com os pais e famílias que vivem este problema”, refere o IAC.

ZAP/Lusa

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