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Maduro avança com um plano de desarmamento e pacificação

chavezcandanga / Flickr

Presidente da Venezuela, Nicolas Maduro

Presidente da Venezuela, Nicolas Maduro

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou hoje que o seu Governo está a preparar um plano de desarmamento para combater os altos índices de assassinatos no país e para pacificar a sociedade venezuelana.

“Vamos aplicar um plano de pacificação nacional no ano de 2014 em todo o território da pátria, um plano profundo de construção da paz desde dentro das comunidades, que implique a reincorporação de rapazes que estão no crime e na violência no trabalho e no estudo, na cultura”, declarou.

Estas declarações surgiram depois de a ex-miss Venezuela Mónica Spear Mootz, 29 anos, e o marido, terem sido assassinados a tiro na noite de segunda-feira por vários homens armados que assaltaram a viatura em que circulavam.

Nicolás Maduro falava no palácio presidencial de Miraflores, durante uma reunião, transmitida pela televisão estatal, com os presidentes de 79 câmaras municipais e governadores estaduais, convocada para abordar a questão da insegurança, que, segundo admitiu Maduro, “teve um aumento perigoso” nos últimos 15 dias.

Sublinhando que “é um esforço tremendo, um tema particularmente importante sobre o qual é preciso estudar, refletir respeitosamente e de maneira profunda”, apontou que a chave está na educação, na cultura, “no exemplo verdadeiro, permanente, na comunidade, na família, na escola, dotar os meninos, meninas e jovens da suficiente defesa imunológica do seu espírito, para ter uma consciência crítica perante esses anti-valores”.

“Eu disse e ratifico, rapazes que me ouvem, que estão nesses grupos criminosos, chegou a hora, chegou 2014, eu estendo-vos a mão e atrevo-me a dizer que lhes estendo a mão de todos os governadores e autarcas deste país para que venham cá, à vida, ao trabalho, ao desporto, à educação, à cultura, a fazer vida, à sua família novamente”, afirmou.

Por outro lado enfatizou “a dor do que aconteceu nos últimos 15 dias” e avisou os criminosos para “que não se enganem”, ao mesmo tempo que pediu aos representantes dos vários organismos para exercerem “a autoridade do Estado e aplicar mão de ferro”.

“Que ninguém se engane. A autoridade do Estado, da Lei, tem de ser respeitada e temos que fazer respeitar o direito à vida dos venezuelanos. Têm que entregar as armas. Este é um processo de pacificação e desarme, ninguém pode ficar com armas”, disse, precisando que apenas a República, as Forças Armadas Bolivarianas e a polícia podem ter armas.

Nicolás Maduro disse estar a preparar “uma nova lei de pacificação” para aplicar já em 2014, que combinará e fortalecerá a autoridade do Estado, assim como uma ação de combate à insegurança denominada “Plano Pátria Segura”, com mais patrulhamentos, vigilância e maior efetividade na formação de polícias.

O Presidente vincou que a criminalidade nos Estados venezuelanos de Táchira, Mérida, Zúlia, Apure, Barinas e Amazonas, “tem uma componente que que vem da irmã Colômbia [com quem a Venezuela faz fronteira]: o narcotráfico e a violência de todo o tipo, que levou para a Venezuela coisa que nunca tínham visto”, como os “sequestro expresso” e o “sicariato” (assassínio por encomenda).

Segundo fontes não oficiais, 24.763 pessoas foram assassinadas nos últimos 12 meses na Venezuela.

/Lusa

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