/

Livro de Cameron Diaz reacende polémica sobre pêlos púbicos

zanaceabuna75 / Flickr

-

Um livro lançado recentemente pela actriz Cameron Diaz tem vindo a causar acalorados debates ao defender que as mulheres devem manter os seus pêlos púbicos.

O manifesto da estrela de Hollywood, conhecida por filmes como Máscara e Anjos de Charlie, aparece apenas numa página, dentro de um capítulo da obra chamado “Praise of Pubes” (“Louvor aos pêlos púbicos”, em tradução livre), mas foi suficiente para causar polémica, sobretudo nas redes sociais, refere a BBC.

No livro, Cameron Diaz, de 41 anos, divaga sobre os benefícios dos pêlos púbicos e critica procedimentos estéticos que os eliminam definitivamente.

“Os pêlos púbicos servem como uma linda cortina para quem possa querer cortejar a sua sexualidade. Os pêlos mantêm os seus tesouros privados, o que pode atiçar um amante a querer ver o que você tem para oferecer”, filosofa a actriz.

“Um dia destes ouvi que há uma moda entre as mulheres mais jovens de depilar totalmente as partes íntimas com laser (…) Pessoalmente, eu acho que esse procedimento permanente soa como uma ideia maluca”, completa, já que o procedimento seria irreversível.

AmericanApparelNYC / Instagram

Montra da American Apparel em Nova Iorque

Montra da American Apparel em Nova Iorque

Lançado no fim do ano passado, o livro de auto-ajuda de Diaz, intitulado The Body Book: Feed, Move, Understand And Love Your Amazing Body (“O Livro do Corpo, Alimente, Movimente, Entenda e Ame o seu Corpo Perfeito”, em tradução livre), traz dicas da actriz sobre nutrição, exercícios físicos e saúde mental.

Controvérsia

A polémica gerada pelo livro da actriz não é nova. Ocasionalmente o assunto reaparece nas notícias, confrontando opiniões de conservadores e feministas.

Na edição desta segunda-feira do jornal liberal britânico The Guardian, a escritora Emer O’Toole elabora uma defesa apaixonada sobre o tema, imputando a eliminação dos pêlos à sede por lucro da indústria de beleza.

Citando dados estatísticos, O’Toole afirma que, antes da Primeira Guerra Mundial, praticamente nenhuma mulher depilava as pernas. Já em 1964, acrescenta ela, mais de 64% já retiravam os pêlos.

“O ímpeto capitalista de nos convencer que os pêlos no corpo feminino são anti-naturais e anti-higiénicos tem vindo a ser alarmantemente bem-sucedido. A indústria de depilação movimenta milhões, e um sem número de mulheres sentem-se envergonhadas e aflitas com os seus pêlos pós-puberdade. Mas a indústria é gananciosa. Tem de convencer o mundo que os pêlos púbicos femininos também são sujos. Agora, tenta convencer as pessoas de que os pêlos no corpo do homem também é igualmente inaceitável.”

Nos Estados Unidos, a loja de roupas American Apparel também aderiu à polémica, ao expôr manequins femininos com pêlos púbicos à mostra.

ZAP / BBC

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.