Jovem dá à luz gémeos 120 dias após morte cerebral

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Frankielen da Silva Zampoli

Frankielen da Silva Zampoli

Em morte cerebral, a jovem Frankielen da Silva Zampoli foi mantida viva durante 120 dias, no estado brasileiro do Paraná, para dar à luz gémeos.

A brasileira tinha 21 anos e estava grávida de gémeos quando teve uma hemorragia cerebral. A família e os médicos do Hospital Nossa Senhora do Rocio, em Campo Largo, na Região de Curitiba, decidiram mantê-la viva, mesmo depois da morte cerebral, para salvar os dois bebés, que nasceram esta segunda-feira.

Foram 123 dias de batalha pela vida. Frankielen chegou ao hospital com uma hemorragia grave no cérebro e, três dias depois, os médicos declararam a morte cerebral.

A jovem não tinha mais hipóteses de viver, mas, dentro dela, batiam mais dois corações: o de Azaphi e o de Ana Vitória. A gestação estava apenas no início, portanto os médicos tinham o desafio de manter o corpo da mãe a funcionar, para que os dois bebés se desenvolvessem normalmente.

“Precisávamos de manter a pressão adequada da mãe, a oxigenação adequada e manter todo o suporte hormonal e nutricional”, explica o médico Dalton Rivabem.

Cada minuto, cada avanço, cada resposta: foi uma gravidez monitorizada 24 horas por médicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas e outros profissionais da saúde.

Frankielen foi atendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Entre os cuidados, estava uma ecografia todos os dias. O principal desafio, contam os médicos, era fazer com que os bebés sentissem o afeto que a mãe não podia dar. Para isso, família e os médicos acariciavam a barriga da jovem, conversavam e cantavam para os bebés.

“Trouxemos canções para as crianças. Cantávamos: Nós amamos vocês, um dia de cada vez”, conta a musicoterapeuta Érika Checan.

Foi no hospital, cercada de carinho, que Frankielen ficou durante os sete meses de gravidez e até os médicos não poderem esperar mais. Os bebés nasceram com a saúde compatível com a de prematuros.

Agora, os bebés estão isolados porque precisam de muitos cuidados, principalmente por causa do risco de infeção. Ana Vitória, que nasceu com 1,4 quilos, é maior do que o irmão Azaphi, que veio ao mundo com 1,3 quilos.

Os médicos dizem que ainda é cedo para dizer se os gémeos vão ficar com alguma sequela, mas o histórico dos bebés aponta para uma boa recuperação.

“Foi um momento muito bom, de muita felicidade, dia após dia. Lá dentro, a felicidade transborda, dá ânimo às nossas vidas. Não tem preço. Da minha esposa, vai ficar a saudade e a aprendizagem”, explica o pai, Muriel Padilha.

3 Comments

  1. Emocionante, grandioso, admirable y muchas palabras más para describir este acontecimiento.La Ciencia , la labor y empeño de médicos y personal que acompañó y cuidó de todos los detalles para que este milagro provocado fuera posible. ¡¡¡ A todos muchos aplausos.!!!!
    Y a esos bebés que encuentren en el seno familiar todo el amor y contención necesaria para que crezcan sanos y felices. Al descubrir la posibilidad de nacer y crecer que esa madre les generó , mismo desde esa situación, casi artificial, más la querrán y agradecerán. También , por supuesto a la Ciencia y los Médicos que lo hicieron posible.

    • Cara Teresa,
      Obrigado pelo reparo. Na realidade, os gémeos nasceram após 7 meses de “gravidez”, mas a mãe foi mantida viva por 120 dias. Está corrigido.

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