Joseph Blatter investigado pelo FBI

Ennio Leanza / EPA

O presidente da FIFA, Joseph Blatter

Joseph Blatter está no centro de uma investigação do FBI, no âmbito do escândalo de corrupção que abala a FIFA, noticiaram vários órgãos de comunicação social norte-americanos, após o pedido de demissão apresentado pelo ainda presidente do organismo.

Citando fontes das autoridades e outras ligadas ao inquérito, o New York Times e a cadeia de televisão ABC News noticiaram que Blatter está a ser investigado pela polícia federal norte-americana e pelo Departamento de Justiça norte-americano no âmbito do escândalo de corrupção conhecido na semana passada.

O New York Times escreve mesmo que as autoridades norte-americanas esperam poder contar com a cooperação de alguns dos responsáveis da FIFA formalmente acusados na semana passada.

Interpol emite alerta vermelho para dois dirigentes a FIFA

Entretanto, surge a notícia de que a Interpol emitiu um alerta vermelho para Jack Warner, ex-presidente da CONCACAF, e Nicolas Leoz, ex-líder da Federação Sul-Americana de Futebol.

Há ainda um mandado internacional de captura para Alejandro Burzaco, Hugo Jinkis, Mariano Jinkis e José Margulies, todos implicados no escândalo dos subornos no valor de 151 milhões de dólares (quase 140 milhões de euros) que foi tornado público na semana passada, com a indiciação de nove dirigentes ou ex-dirigentes da FIFA e cinco parceiros da Instituição, acusados de associação criminosa e corrupção nos últimos 24 anos.

Federações históricas aplaudem demissão de Blatter

Apesar da dimensão do caso, Blatter só anunciou na terça-feira a sua renúncia à presidência da FIFA depois de ter sido reeleito a 29 de Maio para um quinto mandato como presidente da organização, até 2018, ao vencer o jordano Ali bin al Hussein.

A sua demissão já foi elogiada por vários Federações Históricas da FIFA, nomeadamente a Inglesa, a Francesa, a Holandesa. a Alemã e a Norte-Americana.

Em declarações à BBC World, Greg Dyke, da inglesa FA, diz que a resignação é “boa para o futebol” e que Blatter percebeu que o escândalo de corrupção recentemente revelado “estava a chegar perto dele”.

Dyke pede uma reestruturação para toda a organização da FIFA, sublinhando que “o futuro tem de ser pela transparência”.

Noel Le Graet, presidente da Federação Francesa, considera que este é o momento de “recomeçar com boas bases”.

“Estou espantado, mas isto acaba por não ser mau, vai permitir recomeçar com boas bases e com verdadeiros candidatos”, disse o dirigente, que não deixou de manifestar um eventual apoio à candidatura de Michel Platini, presidente da UEFA.

O presidente da Federação Holandesa de Futebol (NVAB), Michael van Praag, que se retirou da corrida à presidência da FIFA a poucos dias do início do congresso eleitoral, tal como Luís Figo, alegando também que o processo nada tinha de democrático, também se congratula com a demissão de Blatter.

Wolfsgang Niersbach, presidente da Federação Alemã (DFB), comenta que Blatter “devia ter saído mais cedo”. “É uma tragédia que não nos tenha poupado a isto, e a ele também, demitindo-se mais cedo”, disse ao Bild um dos mais ativos críticos da governação de Blatter.

De outra federação influente, a norte-americana, fala-se de “oportunidade excecional para uma mudança positiva”.

“A demissão de Blatter é uma oportunidade excecional, e imediata, para uma mudança positiva no seio da FIFA”, escreve Sunil Gulati, em comunicado. “É o primeiro passo na direção de uma reforma real e pertinente no seio da FIFA”.

ZAP / Lusa

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