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Jornalistas assassinados durante emissão em direto no Facebook

Orlando Barria / EPA

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Dois jornalistas de rádio foram mortos a tiro esta terça-feira, na República Dominicana, por um grupo de homens armados que entrou na redação enquanto faziam um vídeo em direto para o Facebook.

“De momento há dois mortos e uma pessoa ferida“, indicou o coronel William Alcantara, porta-voz da polícia nacional em San Pedro de Macorís.

As vítimas são Leónidas Martínez, jornalista e diretor da rádio 103.5 FM e Luis Manuel Medina, comentador do programa de atualidades “Milenio caliente”. A secretária da estação, Dayana Garcia, ficou ferida no ataque.

A emissão estava a ser transmitida em direto no Facebook e, no vídeo, Medina está a divulgar informações nacionais pelo microfone quando se escutam disparos ao longe, mas o jornalista prossegue o seu trabalho durante alguns segundos.

Antes de o vídeo ser interrompido, o jornalista segue com um olhar inquieto alguém que acaba de entrar no estúdio, cuja imagem não é visível, e ouve-se uma voz feminina que grita “tiros, tiros, tiros”. Logo de seguida o vídeo é interrompido.

Os trabalhadores da estação referiram que o atacante dirigiu-se primeiro ao gabinete do diretor da estação antes de entrar ao estúdio de gravação para assassinar o jornalista e depois disparar sobre a secretária.

A Sociedade interamericana de imprensa (SIP), organismo de defesa da liberdade de imprensa no continente americano, condenou em comunicado uma “tragédia que atinge a grande família do jornalismo na República Dominicana” e pediu uma investigação “expedita e profunda para identificar o responsável e conduzi-lo perante a justiça“.

O procurador-geral dominicano, Jean Alain Rodríguez, também já condenou os assassínios e disse que o Ministério público, dirigido pelo procurador fiscal de San Pedro de Macorís, Pedro Núñez Jiménez, em colaboração com a Polícia nacional, iniciou as investigações do caso e prometeu esclarecer o mais rapidamente possível este “horrendo crime”.

Uma fonte policial disse à EFE que já estão a ser investigados diversos detidos, incluindo três homens que supostamente estavam munidos com armas de fogo no interior do centro comercial.

Em 2016, a República Dominicana ocupava o 62.º posto em 179 no índice sobre a liberdade de imprensa estabelecido pelos Repórteres sem fronteiras (RSF).

“Os jornalistas que ousam abordar o tema da corrupção ou do tráfico de drogas são muitas vezes vítimas de violência física, mesmo de morte”, lê-se no site dos RSF.

ZAP // Lusa

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