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Jogo para telemóveis divulga na Internet vídeos privados dos utilizadores

stevec77 / Flickr

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Um jogo para telemóveis na China tem estado a fazer upload de vídeos privados dos utilizadores, sem seu conhecimento, para um site de pertilha de vídeos semelhante ao YouTube, revelou o South China Morning Post.

O jogo, Fengkuang Laiwang, foi desenvolvido por uma spin-off do portal Alibaba, e é baseado em charadas de palavras aleatórias que os utilizadores têm que imitar. As imitações são filmadas e trocadas entre os jogadores.

Sem que os utilizadores soubessem, o jogo estava a fazer upload automático dos vídeos dos jogadores para o Youku.com, um site de partilha de vídeos. Segundo o SCMP,  foram publicados cerca de 36.000 vídeos, que tiveram 3 milhões de visualizações.

O jogo, disponível para iOS e Android, é um dos recomendados pelo Laiwang, um webchat (sistema de salas de conversação semelhante ao Blá) detido pela gigante chinesa Alibaba, que recentemente foi notícia com uma entrada record na bolsa de Nova Iorque.

Screenshots de alguns dos vídoes, divulgados pelo SCMP e entretanto removidos da edição online do jornal, mostravam jogadores em diferentes estados de nudez e na sua intimidade.

Fengkuang Laiwang

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O jogo nunca solicitou autorização do jogadores para publicar os vídeos – ou sequer os informava de que tal aconteceria.

Os developers do jogo, a Zhejiang Zhile Network & Hortor Soft, apresentaram em comunicado um pedido de desculpas aos utilizadores por “ter falhado na notificação da publicação dos vídeos”, e anunciou que os vídeos iriam ser apagados.

À hora desta edição, uma pesquisa da expressão “风狂来旺” (Fengkuang Laiwang em chinês) no Youku apresenta milhares de resultados, não sendo no entanto possível distinguir os que possam ter sido submetidos voluntariamente pelos utilizadores dos que o jogo possa ter enviado sem seu conhecimento.

O episódio gerou enorme controvérsia nos últimos dias na China, com as opiniões a dividirem-se entre os que defendem a necessidade de que os operadores do mercado sigam regras rígidas de privacidade dos utilizadores e os que acham que, antes de mais, nada de mal acontece a quem não faça nada de mal.

Alguns dirão ainda que eventualmente têm todos razão.

AJB, ZAP

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