Isabel dos Santos diz que fusão é melhor do que a OPA para a banca portuguesa

Tiago Petinga / Lusa

A empresária Isabel dos Santos, filha mais velha do presidente de Angola, José Eduardo dos Santos

A empresária Isabel dos Santos considerou esta terça-feira que a proposta para que as equipas de gestão do BPI, do BCP e do CaixaBank avancem com um processo de fusão entre os dois primeiros bancos devolve a ambição à banca portuguesa.

“Estamos a devolver o sentimento da ambição ao sistema financeiro português”, afirmou hoje à agência Lusa o porta-voz de Isabel dos Santos, dona da Santoro Finance.

E justificou: “Enquanto a OPA [Oferta Pública de Aquisição] anunciada pelo CaixaBank pressupõe uma integração ibérica, legítima à luz dos interesses de quem a faz, mas afastada dos interesses do sistema financeiro português, a nossa proposta de fusão projeta um movimento de consolidação em Portugal”.

A mesma fonte reforçou que a proposta de consolidação impulsionada pela Santoro “potencia muito mais valor para as instituições em causa e para a economia portuguesa do que a OPA“.

E referiu que o “objetivo é a criação do maior banco privado com sede em Portugal e que terá presenças de referência em Angola, Moçambique, e também na Polónia”.

Os presidentes das comissões executivas do BPI, BCP e CaixaBank receberam esta terça-feira uma carta da holding angolana Santoro onde a empresa angolana propunha criar o maior banco privado português (BPI+BCP) com interesses em Angola, Moçambique e Polónia, mas com um núcleo acionista centrado em Portugal.

Esta proposta de Isabel dos Santos, que detém 18,6% do BPI, choca com os interesses da OPA ao BPI dos espanhóis do CaixaBank, que querem a integração ibérica dos dois bancos.

A 17 de fevereiro o CaixaBank anunciou a intenção de lançar uma OPA sobre os 55,9% do capital do BPI que ainda não detém, mas enumerando duas condições: conseguir pelo menos 50,01% do banco português e obter o desbloqueio dos direitos de voto no BPI, que lhe estão limitados a 20%.

Ou seja, o banco catalão ofereceu 1,329 euros por cada ação do BPI para obter pelo menos mais 5,9% do capital do banco português, mas tem de conseguir três quartos dos votos (75%) na assembleia-geral de acionistas do BPI a favor da desblindagem dos estatutos. Nessa votação, o CaixaBank ainda votará com 20% dos votos.

/Lusa

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