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Investigadores criam vacina contra a Hepatite B em forma de spray nasal

robin_24 / Wikimedia

Actuação de uma garrafa de spray nasal, usada para administrar medicamentos através das narinas

Actuação de uma garrafa de spray nasal, usada para administrar medicamentos através das narinas

Investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) e da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (UC) desenvolveram uma vacina para a hepatite B em forma de spray nasal.

Uma nota de imprensa de Universidade de Coimbra explica que esta “vacina genética concebida é vantajosa para países em vias de desenvolvimento onde escasseiam profissionais de saúde responsáveis pela administração das vacinas injetáveis”.

“A via nasal permite diminuir os elevados custos humanos e financeiros destes países, associados às complicações decorrentes da administração de injetáveis, nomeadamente as infeções provocadas pela reutilização de seringas”, explica a universidade.

Olga Borges, a coordenadora do projeto, descrito em artigo publicado na revista “Molecular Pharmaceutics“, explica que “foram criados sistemas de transporte (nanopartículas poliméricas) capazes de levar as moléculas terapêuticas desde a mucosa nasal até ao interior das células”.

“Os resultados obtidos em cobaias demonstraram que a formulação desenvolvida é eficaz pela via intranasal”, sintetiza a investigadora.

Este trabalho, de acordo com a Universidade de Coimbra, “desenvolveu uma nova composição para a vacina baseada em plasmídeos, teoricamente mais resistentes às variações de temperatura que os antigénios (estimuladores do sistema imunitário) das vacinas comercializadas atualmente”.

“Os plasmídeos são pequenas moléculas circulares que transmitem informação genética para o interior das células, ativando mecanismos de defesa do organismo que combatem o vírus da hepatite B. Os combatentes chamam-se anticorpos e surgem no sangue, mucosa nasal e vaginal”, é ainda esclarecido.

As nanopartículas desenvolvidas também poderão ser “usadas na composição de vacinas que previnem doenças sexualmente transmissíveis, porque induzem a produção de anticorpos pelo organismo ao nível da mucosa vaginal de forma mais eficaz que as vacinas injetáveis”, afirma Olga Borges.

O projeto, que teve a colaboração da Universidade de Genebra, insere-se numa linha de investigação em vacinas iniciada em 2003, tendo as nanopartículas sido desenvolvidas durante quatro anos por Filipa Lebre, doutoranda da Faculdade de Farmácia da UC.

/Lusa

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