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Impressão 3D salvou a vida a três bebés com doenças respiratórias

University of Michigan

Kaiba Gionfriddo, o primeiro bebé salvo por uma impressora 3D, com a mãe, April

Kaiba Gionfriddo, o primeiro bebé salvo por uma impressora 3D, com a mãe, April

Num novo marco na impressão 3D, médicos americanos foram capazes de salvar a vida de três crianças que sofrem de uma doença respiratória fatal, graças à produção de implantes personalizados que foram absorvidos pelos seus corpos.

Três bebés que estavam à beira da morte por uma traqueobroncomalácia, um transtorno incurável que provoca o colapso da traqueia, tiveram talas aplicadas que lhes permitiram recuperar e respirar normalmente, segundo um estudo agora publicado na revista “Science Translational Medicine”.

Embora a técnica ainda não tenha sido aprovada pelos reguladores federais nos EUA, estes dispositivos personalizados, criados por uma impressora 3D, receberam uma excepção médica de emergência para estes casos particulares e ainda são considerados de alto risco.

Kaiba Gionfriddo, o primeiro bebé a receber o tratamento, tinha três meses de idade quando foi submetido à cirurgia. Agora, é uma criança saudável de três anos que vai ao infantário, revelaram os investigadores.

As outras duas crianças tinham cinco e 16 meses quando foram submetidas à operação. Estão bem e não sofreram complicações.

“Esta é a primeira cura para a doença”, afirmou o principal autor do estudo, Glenn Green, professor de otorrinolaringologia pediátrica do Hospital Infantil C.S. Mott da Universidade de Michigan.

Cerca de uma em cada 2.000 crianças nasce com traqueobroncomalácia em todo o mundo. Uma vez que não conseguem exalar completamente, a traqueia das crianças fica propensa a entrar em colapso e o único tratamento é a sedação e cuidados intensivos.

No entanto, existem complicações e as infecções são frequentes.

Os investigadores usaram tomografia computadorizada das vias respiratórias das crianças para criar um implante personalizado feito com biomateriais concebidos para expandir à medida que elas crescerem.

“As talas impressas eram tubos ocos e porosos que puderam ser costurados nas vias aéreas afectadas e eram feitas de policaprolactona, um polímero que se dissolve no corpo sem causar danos”, revela o estudo.

O processo de desenhar e imprimir o implante demora entre um e três dias. A tecnologia poderia eventualmente tornar mais fácil tratar doenças raras que têm sido negligenciadas pelas empresas de equipamentos médicos, devido ao elevado investimento envolvido, conta Scott Hollister, co-autor do estudo.

No campo da tecnologia 3D para a saúde, já são fabricados aparelhos auditivos, implantes dentários e algumas próteses.

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