Imagens de satélite mostram devastação de ataques do Boko Haram na Nigéria

Imagem de satélite da localidade de Doro Gowon, no nordeste da Nigéria, mostra a devastação depois dos ataques do Boko Haram. Os pontos a vermelho são casas e edifícios.

Imagens de satélite da localidade de Doro Gowon, no nordeste da Nigéria, tiradas a 2 e a 7 de janeiro, mostram a devastação depois dos ataques do Boko Haram. Os pontos a vermelho são casas e edifícios.

Duas organizações internacionais de direitos humanos divulgaram esta quinta-feira imagens de satélite que dizem mostrar a destruição de duas cidades nigerianas atribuída ao Boko Haram, no que poderá ser o pior ataque dos fundamentalistas em seis anos de revolta.

A Amnistia Internacional (AI) e a Human Rights Watch (HRW) divulgaram em separado imagens de Baga e de Doron Baga, nas margens do lago Chade, no estado de Borno, no nordeste da Nigéria.

A AI manifestou receios de que centenas de pessoas tenham sido mortas no ataque, adiantando que a operação dos radicais teve como alvo civis que ajudavam o exército e incluiu a morte de uma mulher em trabalho de parto.

O exército da Nigéria deu conta da morte de 150 pessoas, classificando de “sensacionalistas” as alegações de que cerca de dois mil civis podem ter sido mortos.

A HRW indicou que se desconhece o número exato de mortos, citando um residente: “Ninguém ficou para trás para contar os corpos”.

A Amnistia divulgou imagens aéreas das duas cidades, datadas de 2 de janeiro, um dia antes do ataque, e de 7 de janeiro, indicando que sugerem uma “devastação de proporções catastróficas“, com mais de 3.700 estruturas – 620 em Baga e 3.100 em Doron Baga – atingidas ou completamente destruídas.

De acordo com a HRW, 11% de Baga e 57% de Doron Baga foram destruídas, provavelmente devido a fogo posto.

Pelo menos 16 localidades nos arredores de Baga foram incendiadas e pelo menos 20 mil pessoas fugiram, segundo responsáveis locais.

Uma força multinacional com tropas da Nigéria, Níger e Chade tem realizado operações contra o Boko Haram, que causou cerca de 13 mil mortos e 1,5 milhões de deslocados desde 2009.

Os radicais pretendem instaurar um estado islâmico no norte da Nigéria, maioritariamente muçulmano, ao contrário do sul, de maioria cristã.

/Lusa

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