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Hotéis criticam suspensão do plano estratégico para Belém e demissão no CCB

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Alexander Savin / Flickr

Torre de Belém em Lisboa

Torre de Belém em Lisboa

Os responsáveis dos grupos hoteleiros Altis, Tivoli e Vila Galé estão contra a extinção do plano estratégico para a zona de Belém, em Lisboa, assim como a demissão de António Lamas do CCB.

As críticas são unânimes e partem dos diretores de três dos principais grupos hoteleiros em Portugal: Altis, Tivoli e Vila Galé.

Segundo o Diário de Notícias, os três estão contra a suspensão do plano estratégico para a zona de Belém, bem como por causa da demissão do autor do projeto, António Lamas, da direção do Centro Cultural de Belém.

Recorde-se que o atual ministro da Cultura, João Soares, confirmou no Parlamento o afastamento do gestor, alegando várias divergências entre os dois precisamente por causa deste projeto conhecido por “eixo Belém-Ajuda”.

Tal como tinha prometido, o ministro acabou por demitir Lamas na segunda-feira, sendo anunciada, logo a seguir, a nomeação de Elísio Summavielle para o substituir no cargo.

Em declarações ao DN, os diretores explicam o porquê de estarem contra as ações do ministro, alertando que a suspensão do projeto naquela área pode contribuir para o risco de estagnação do seu desenvolvimento turístico.

O diretor de operações do grupo Altis e proprietário do Altis Belém, Francisco Moser, afirma não ter ficado “minimamente esclarecido” com as razões apresentadas.

“Acho que foi pura e simplesmente um ato político. Deixou-nos um certo amargo de boca porque tínhamos esperança de que o plano, ao menos, pudesse ser discutido”, explicou ao jornal.

“Agora nem sabemos se o plano existe ou se vai haver outro”, acrescentou o responsável, preocupado com o investimento feito naquela zona.

“O Hotel Altis Belém teve um investimento já em si elevado. E tinha sido projetado a pensar num determinado segmento de mercado, num determinado nível de procura e também de um melhor desenvolvimento das acessibilidades e da oferta turística”, disse.

Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador dos Hotéis Vila Galé, não se quer pronunciar sobre a componente política mas admite estar preocupado com a suspensão do projeto.

“Da perspetiva de um investidor numa zona próxima, porque temos um hotel próximo de Belém, fico sem saber se vai haver estagnação de um plano, que pode ser aquele ou outro. O que nos preocupa é a perspetiva de não haver nada”.

O responsável considera que é uma zona com “potencial” e que o trabalho do ex-presidente do CCB ia “no sentido certo”.

“Não conheço António Lamas pessoalmente, mas a imagem que tenho do seu trabalho, nomeadamente nos parques Sintra, é uma imagem positiva, de dinamização e revitalização”.

Pelo contrário, Filipe Santiago, CEO dos Hotéis Tivoli, conhece “muito bem o António Lamas” e o que “fez em Sintra foi muito interessante”.

“E em relação a Belém, vi o plano que ele tinha feito para aquela zona, o distrito cultural, e achei aquilo muito interessante. Fiquei desapontado por não ir para a frente. Não percebi muito bem onde está a discordância do ministro da Cultura”.

Na altura, numa entrevista ao Expresso, o ministro da Cultura admitiu que considerava o plano estratégico “um disparate total”. Já esta semana, depois da nomeação, Summavielle reafirmou as mesmas críticas, rotulando o projeto de uma “parvoíce”.

ZAP

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