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Homens pré-históricos já tinham cáries há 15.000 anos

Gianfranco Goria / Flickr

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Os nossos antepassados tinham problemas nos dentes e mau hálito há 15.000 anos, antes do início da agricultura e da produção de alimentos, que se pensava estarem ligados ao desenvolvimento de cáries, revelam esqueletos descobertos em Marrocos.

Os caçadores-recoletores que ocupavam a gruta dos Pigeons perto da localidade marroquina de Taforalt há entre 13.700 e 15.000 anos tinham graves problemas de higiene dentária, dado que 51 por cento dos dentes dos adultos encontrados tinham cáries, segundo os autores de um estudo publicado hoje nos Estados Unidos na PNAS, Proceedings of the National Academy of Sciences.

Indícios encontrados no local sugerem que eles comiam bolotas, pinhões e nozes, ricos em carbo-hidratos fermentáveis, explicam os autores do estudo, dirigido por Louise Humphrey do Museu de História Natural de Londres.

As bactérias consumiam provavelmente os carbo-hidratos que ficavam nos dentes daqueles homens pré-históricos levando a que apodrecessem.

“A maioria dos ocupantes daquela gruta tinha cáries e abcessos e eles deviam ter frequentemente dores de dentes e mau hálito”, assinala num comunicado Isabelle de Groote, professora de antropologia na Universidade John Moore de Liverpool, que participou no estudo.

BBC

Professora Isabelle de Groote no Museu de História Natural de Londres

Professora Isabelle de Groote no Museu de História Natural de Londres

A frequência e gravidade das cáries constatadas naquele grupo de homens pré-históricos mostram claramente que o consumo de frutos silvestres pode ser tão mau para a saúde dentária como o de alimentos com açúcar refinado nas sociedades modernas, comentou.

Segundo estes paleontólogos, a descoberta põe em causa a hipótese avançada até agora de que as cáries dentárias teriam começado provavelmente com a agricultura há cerca de 11.000 anos.

/Lusa

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