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Guardas prisionais querem impedir telemóveis nas cadeias

Dan Buczynski / Flickr

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Dezenas de reclusos tiram fotos no interior das cadeias, usando telemóveis, que exibem nas redes sociais, de acordo com uma reportagem do Jornal de Notícias. Os guardas prisionais querem novas regras para impedir o acesso a telemóveis.

O JN noticia que “dezenas de reclusos tiram fotos no interior das cadeias, usando telemóveis, que exibem nas redes sociais” e que os aparelhos “são vendidos entre 200 e 300 euros”, apesar de proibidos nos estabelecimentos prisionais.

O presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), Jorge Alves, referiu à agência Lusa que “é lamentável” que reclusos tenham telemóveis nas cadeias e salientou a insistência junto da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais e do Ministério da Justiça, para “uma nova regulamentação”.

Jorge Alves identificou que o problema está “no controlo” das visitas e salientou que têm sido detetados telemóveis “nas sapatilhas, nos tacões de botas de senhora e até dentro de televisões plasmas e consolas de videojogos destinados a reclusos”.

“Há falha no controlo e têm sido detetados telemóveis em praticamente todas as prisões“, observou, alertando não só para a necessidade de “formação dos guardas prisionais” como para a ausência de “fiscalização e inspeção” nos estabelecimentos prisionais.

Também notou a escassez de guardas prisionais e o facto de “muita gente entrar nas cadeias, como técnicos de saúde e funcionários da cozinha”, lembrando a recente condenação de uma telefonista, por introduzir droga no Estabelecimento Prisional de Coimbra.

No entender de Jorge Alves, outra das medidas que contribuiu para a proliferação de telemóveis foi a introdução do novo sistema de cabina, que permite cinco minutos diários aos reclusos.

“Limitar o tempo, vai criar uma situação que os guardas prisionais não podem controlar”, salientou, acrescentando que os telemóveis possibilitam mesmo que os reclusos possam ameaçar outras pessoas e manter atividade ilícita, uma vez que têm contacto com o exterior.

O presidente daquela estrutura de guardas prisionais recordou que, em 2009, foi apresentada proposta à então Direção-Geral dos Serviços Prisionais de um sistema de uma empresa brasileira, mas lamentou que não tinha sido implantado.

O sistema permitia cortar todos os sinais de telemóvel dentro de um estabelecimento prisional, criando a exceção dos aparelhos do diretor da prisão e do chefe do corpo de guardas.

No RASI (Relatório Anual de Segurança Interna) foram apreendidos em 2013 1.222 telemóveis na posse de reclusos, mais 11 do que no ano anterior.

/Lusa

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