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Grécia debate-se com “caos total” com a chegada de migrantes do Mediterrâneo

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O governo grego reuniu-se esta sexta-feira para analisar a crise migratória depois de o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) ter anunciado que 124 mil pessoas desembarcaram nas ilhas gregas entre 1 de janeiro e 31 de julho, um aumento de 750% em relação ao mesmo período do ano passado.

A ONU qualificou hoje de caótica a situação dos refugiados que chegam por mar à Grécia, revelando que não existem as mínimas condições de receção requeridas para ajudar as vítimas de conflitos e perseguição.

Há um caos total nas ilhas gregas, não há locais de refúgio. Pedimos ao governo grego para que assuma a liderança e a coordenação da resposta a esta emergência”, disse o diretor para a Europa da Agência das Nações Unidas para os Refugiados, Vincent Cohetel.

O responsável da ONU acrescentou ainda estar ciente das “limitações do governo grego”, mas pede-lhe que possa encontrar um lugar para os refugiados, lembrando a existência de quarteis militares “que não são utilizados ou terras não cultivadas”.

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, assegurou que a crise migratória é um problema crítico para toda a Europa, e não apenas Grécia e Itália, na abertura de uma reunião do governo sobre a situação.

Para Tsipras, o desenvolvimento dos acontecimentos vai pôr à prova a ideia de uma Europa “da solidariedade”.

“Agora se vai ver se esta é a Europa da solidariedade ou a dos interesses económicos onde cada um só olha pela sua fronteira e pelo seu país”, disse, sublinhando que “a Grécia é a fronteira da Europa”.

Para resolver a crise, disse, a União Europeia (UE) tem de estabelecer um diálogo com a Turquia, de onde partiram mais de dois milhões dos migrantes chegados às ilhas gregas, assim como com países de proveniência dos refugiados como a Síria ou a Líbia.

Além do primeiro-ministro, participaram na reunião do Governo grego, que se realizou no gabinete da vice-ministra da Imigração, Tasia Khristodulopoulo, o ministro de Estado para a coordenação governamental, Alekos Flaburaris, os ministros do Interior, Nikos Vutsis, e dos Negócios Estrangeiros, Nikos Kotzias, o adjunto da Proteção Civil Yanis Panusis, o adjunto da Marinha Mercante Theodoros Dritsas, o vice-ministro da Defesa, Dimitris Vitsas, e a porta-voz do governo Olga Yerovasili.

/Lusa

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