A “grande limpeza” continua. Governo turco emite mandado de detenção para 42 jornalistas

unaoc / Flickr

Recep Erdogan, Presidente da Turquia

Recep Erdogan, Presidente da Turquia

O Governo turco emitiu um mandado de detenção para 42 jornalistas, na sequência das investigações à tentativa de golpe de Estado. Amnistia Internacional garante ter “provas credíveis” de casos de tortura nos centros de detenção.

As autoridades turcas emitiram esta segunda-feira mandados de detenção para 42 jornalistas, no âmbito das investigações do golpe de Estado falhado deste mês.

Entre os visados está o jornalista Nazli Ilicak, que foi despedido em 2013 do jornal pró-governamental Sabah, depois de ter criticado ministros apanhados num caso de corrupção.

Um decreto-lei sobre o estado de emergência publicado no sábado na Turquia refere que o período de detenção dos suspeitos envolvidos na tentativa falhada do golpe de Estado de 15 de julho pode prolongar-se até 30 dias.

Na sexta-feira, o ministro da Justiça turco, Bekir Bozdag, admitiu estender por mais tempo o estado de emergência decretado na quarta-feira por três meses.

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou também que 11 mil pessoas foram detidas devido a ligações com o golpe de Estado, que provocou 265 mortos.

O decreto-lei também dissolve milhares de estruturas e instituições, incluindo organizações ligadas à educação e relacionados com Fetullah Gülen, o clérigo muçulmano que vive nos Estados Unidos e que Ergogan acusa de ser responsável pela tentativa de golpe.

A  Amnistia Internacional afirmou que reuniu “provas credíveis” atestando casos de tortura de presos nos centros de detenção na Turquia, após a tentativa de golpe de Estado.

“A Amnistia Internacional dispõe de informações credíveis segundo as quais a polícia turca em Ancara e em Istambul mantém detidos em posições dolorosas durante períodos que vão além das 48 horas”, afirmou a organização de defesa dos direitos humanos em comunicado.

A organização não governamental indica ainda que a polícia está a exercer privações de alimentos e de água, a provocar ferimentos, a fazer ameaças e “nos casos mais graves, pancadas, torturas e violações”.

Este domingo, milhares de pessoas reuniram-se na praça Taksim, em Istambul, num protesto pró-democracia organizado pelo CHP, partido da oposição, mas que também contou com o apoio do AKP.

ZAP / Lusa

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.