Governo vai ter que perguntar ao FMI se há empresas públicas com aplicações em offshores

O Governo está a contactar o Fundo Monetário Internacional (FMI) para perceber a origem da informação segundo a qual haverá entidades públicas portuguesas com aplicações em paraísos fiscais, já que até ao momento nada foi detetado.

O secretário de Estado Adjunto, do Tesouro e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, adiantou que até ao momento foram contactadas “quase uma centena” de empresas públicas.

“Não temos, até agora, informação de que exista alguma aplicação em países que estejam na lista de paraísos fiscais”, afirmou o secretário de Estado, questionado pelo deputado José Luís Ferreira, do partido ecologista Os Verdes.

Ricardo Mourinho Félix respondia a um pedido de esclarecimento do PEV durante um debate de atualidade promovido pelo PCP no Parlamento, sobre o “Sistema financeiro e controlo público da banca”.

O secretário de Estado adiantou que o Governo está a “contactar o FMI para perguntar de onde recebeu” a informação segundo a qual há entidades públicas portuguesas com aplicações em offshores e admitiu que possa ter havido “um erro de classificação“.

“Posso dizer-lhe que identificada a situação, tentaremos perceber qual é a razão, caso exista essa aplicação, que me parece difícil de justificar, e depois porque é que essa aplicação está oculta e não foi identificada“, garantiu Mourinho Félix.

O secretário de Estado reconhece que se houver “alguém que esteja a ocultar informações, seria extremamente grave”.

Na semana passada, o BE enviou um requerimento ao Governo a questionar que entidades públicas têm aplicações em offshores e lembrou que, em 2008, foi anunciado pelo FMI que “no perímetro do Estado português existiriam 151 milhões de euros” aplicados nesse tipo de sociedades.

ZAP

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