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Golpe falhado na Turquia fez 200 mortos. Mais de 3000 militares rebeldes presos

Sedat Suna / EPA

População protesta contra o golpe de estado militar na Turquia

População protesta contra o golpe de estado militar na Turquia

O presidente turco Recep Erdogan deu a tentativa de golpe de estado no país como “falhada”. O balanço mais recente dá conta de 90 mortos e de 1.150 feridos.

O ministro do interior da Turquia, Efkan Ala, declarou esta manhã que a tentativa de golpe de estado no país foi repelida pelas forças leais ao presidente Recep Erdogan e ao primeiro-ministro Binali Yildirim.

De acordo com Ala, os líderes da revolta foram presos e a situação “está largamente sob controle”.

Segundo a agência estatal turca Anadolu, mais 200 militares sublevados renderam-se às autoridades, elevando para mais de 3000 o número de militares detidos.

Ao início da noite desta sexta-feira, uma facção de militares turcos avançou com tanques e aeronaves sobre Istambul e Ancara, fechou a ponte sobre o Bósforo (que liga a Europa e Ásia) e tomou a televisão estatal TRT.

Segundo a Organização Nacional de Inteligência da Turquia, a tentativa de golpe na Turquia foi lançada pelo comando da Aeronáutica e da Polícia Militar.

​O golpe do Estado terá sido encabeçado pelo coronel Muharrem Kose, oficial turco afastado das suas funções em maio de 2016 devido devido à sua ligação ao clérigo oposicionista Fethulalh Gulen.

Os militares revoltosos declararam a lei marcial e o recolher obrigatório, depois de terem anunciado que tinham tomado o poder no país.

Os revoltosos acusaram o presidente Recep Erdogan, que é islamista, de ser um “traidor” e de ter estabelecido um regime autoritário baseado no medo.

Os golpistas atacaram diversas instalações em Ancara, incluindo o edifício do Estado Maior do Exército, comandos da polícia, instalações do ministério do Interior e a sede do Parlamento.

Na sequência de um destes ataques, 17 agentes das forças especiais da Polícia morreram.

Tolga Bozoglu / EPA

Populares turcos manifestam-se em cima de um tanque tomado aos militares rebeldes

Populares turcos manifestam-se em cima de um tanque tomado aos militares rebeldes

O presidente turco, Recep Erdogan, encontrava-se de férias na cidade de Bodrum, no sul do país, e reagiu prontamente ao golpe com uma declaração a uma cadeia de televisão feita por telemóvel.

Na declaração, transmitida através do Facetime e divulgada pela CNN Turk, Erdogan apelou ao povo que saísse à rua e resistisse ao golpe.

Em resposta ao apelo do presidente, e após uma vaga de fundo largamente alimentada pelas redes sociais, milhares de turcos saíram às ruas para afrontar os militares rebeldes.

Notícias não confirmadas deram conta de que um grupo de civis não armados terá tomado a sede da televisão estatal turca TRT, que se encontrava então sob controlo de militares revoltosos.

Numa reviravolta do golpe em curso, um caça F-16 da Força Aérea da Turquia derrubou um helicóptero que transportava os líderes revoltosos.

Os militares golpistas começaram a entregar-se às autoridades.

Ao início da madrugada, o presidente Erdogan aterrou no aeroporto de Istambul, onde foi recebido por uma multidão de apoiantes.

O presidente turco culpou pelo golpe os apoiantes do imã Fethullah Gülen, exilado há anos nos Estados Unidos.

Segundo o presidente, os responsáveis pela tentativa de golpe serão punidos, independentemente da instituição a que pertençam.

Erdogan garante que não vai abandonar o poder, e que o golpe de estado, contra um governo eleito, foi promovido “por uma minoria do Exército turco”.

A tentativa de golpe de Estado é como um presente de Deus, que permitirá limpar o Exército”, disse Erdogan.

ZAP / Lusa / ABr / SN

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