Futuro dono da TAP herda mais de 10 mil trabalhadores e dívida superior a mil milhões

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O futuro dono da companhia aérea TAP compra um grupo com 70 anos de história, mais de 10 mil trabalhadores, prejuízos de 85 milhões de euros e uma dívida superior a mil milhões de euros.

Conheça os grandes números do grupo TAP:

Resultados

A dívida da TAP é provavelmente o indicador que mais preocupa os investidores que na sexta-feira avançarem com uma proposta para a compra do grupo. No final de 2014, a dívida remunerada totalizava os 1.062 milhões de euros. Ainda mais preocupante é o facto de uma grande parte da dívida bancária ser composta por empréstimos de curto prazo.

Os últimos resultados conhecidos não são o melhor cartão-de-visita: o grupo fechou 2014 com prejuízos de 85,1 milhões de euros, valor que representa um agravamento de 79,2 milhões de euros face aos 5,9 milhões de euros registados em 2013, penalizado pelo negócio do transporte aéreo (TAP SA).

No último ano, a companhia aérea passou de um lucro de 34 milhões de euros para prejuízos de 46,4 milhões de euros, que explica com a entrada tardia em operação de seis novos aviões e pelos 22 dias de greve (anunciadas ou efetuadas e outras ocorrências operacionais, nomeadamente problemas técnicos).

Já a TAP – Manutenção e Engenharia Brasil registou um prejuízo de 22,6 milhões de euros, uma melhoria em 17,7 milhões de euros face ao ano anterior (45%), naquele que é o quarto ano de um plano de reestruturação da empresa que historicamente é a responsável pelos prejuízos do grupo.

No ano em que o Governo relançou a privatização do grupo liderado por Fernando Pinto, os ativos a alienar desvalorizaram para 1.560 milhões de euros, que compara com 1.695 milhões de euros no ano anterior.

No mesmo período, o passivo aumentou ligeiramente para 2.072 milhões de euros, o que agrava os capitais próprios do grupo para mais de 500 milhões de euros negativos, quando há um ano ficavam abaixo dos 400 milhões de euros.

Trabalhadores

O grupo TAP emprega 10.461 pessoas, sem incluir os trabalhadores da Cateringpor, das Lojas Francas e da Manutenção e Engenharia Brasil.

Cerca de um quarto dos trabalhadores do grupo é pessoal navegante comercial, isto é, assistentes e comissários de bordo, totalizando 2.588 pessoas nesta categoria profissional. Ainda na categoria de pessoal navegante, o grupo conta com 939 pilotos.

Em terra, o negócio da aviação conta com mais 975 trabalhadores, totalizando a principal área de negócio do grupo 4.502 pessoas.

A Manutenção & Engenharia também é um dos grandes empregadores, com 1.872 funcionários dedicados à manutenção dos aviões da TAP e dos de outras companhias.

Outras atividades para além da aviação

O grupo TAP detém 100% da TAP SA, isto é, do negócio da aviação (TAP e Portugália Airlines), mas inclui outros negócios complementares como o do catering e dos cuidados de saúde para os seus funcionários.

As duas companhias – TAP e PGA – detêm em conjunto 49,9% da Groundforce, empresa de handling (assistência em terra), em parceria com o grupo Urbanos, dono da maioria do capital.

Através da TAPGes, gestora de participações, o grupo tem 51% da Cateringpor – Catering de Portugal, 51% das lojas francas (nos aeroportos), 100% da Megasis e 100% da Unidade de Cuidados de Saúde (UCS).

A TAP é ainda proprietária da TAP Manutenção e Engenharia (em Portugal) e da TAP Manutenção e Engenharia Brasil (98,64%).

Operação na aviação

No último ano, a TAP aumentou em 6,6% o volume de passageiros transportados, chegando ao número recorde de 11,4 milhões, mais 711 mil passageiros do que em 2013.

A rede da TAP cobre 82 destinos em 35 países a nível mundial e opera, em média, cerca de 2.500 voos por semana.

O grupo dispõe de uma frota com 77 aviões, dos quais 61 aviões de fabrico Airbus, mais 16 ao serviço da PGA, sua companhia regional – 6 Fokker, 8 Embraer e 2 ATR. A companhia tem um contrato de aquisição de 12 novos aviões à Airbus.

/Lusa

2 Comments

  1. Eles (interessados) não têm nada de burro mas sabem quais são os aspirantes a cenoura – O sr. piloto conselheiro jurídico do sindicato, os activistas internos acomodados pelo manto reaccionário do sindicalismo de caviar que se vangloria com “poderio” do efeito nefasto de 30 milhões causado à empresa em estado de calamidade financeira (déficit excessivo e a necessitar de renovar grande parte da frota).
    Privatizada é o que deve ser pois o estado (contribuintes) fechou a torneira… Prevalecem apenas as ‘vantagens mercedes’…

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