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FMI pede redução “incondicional” da dívida grega

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Julien Warnand / EPA

Christine Lagarde e Jeroen Dijsselbloem

Christine Lagarde e Jeroen Dijsselbloem

O Fundo Monetário Internacional (FMI) defendeu esta segunda-feira que uma redução da dívida grega pelos credores institucionais deve ser “incondicional” e não estar necessariamente ligada à aplicação de reformas.

“A aplicação de medidas de redução da dívida deve ser finalizada até ao fim do período abrangido pelo programa (de assistência financeira). O alívio da dívida deve ter uma componente incondicional, o que é essencial para dar aos mercados um sinal forte e credível sobre o compromisso dos credores institucionais”, afirma o FMI num documento sobre a dívida grega.

O FMI considera também que as medidas de redução da dívida devem ser significativas até 2040, podendo prolongar-se até 2060, tendo em conta a fraca probabilidade de a Grécia ter um crescimento forte e registar um excedente orçamental nesse período.

O documento do FMI foi publicado numa altura em que persistem as divergências entre a instituição e alguns credores europeus da Grécia, como a Alemanha, sobre um alívio da dívida grega.

O FMI confirma no documento que defende que as medidas devem ser decididas no imediato, enquanto Berlim quer que a Grécia mostre primeiro que está determinada na aplicação de medidas de austeridade económica antes de avançar neste compromisso.

Programa de ajustamento não avança sem FMI

O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, disse esta terça-feira, em Bruxelas, que o programa de ajuda à Grécia não pode avançar sem o Fundo Monetário Internacional (FMI) e espera hoje um acordo total sobre a primeira avaliação do terceiro resgate.

“O objetivo da reunião de hoje é de chegar a um acordo com o FMI”, afirmou Dijsselbloem à entrada para a reunião dos ministros das Finanças da zona euro (Eurogrupo), acrescentando que “continuar sem o FMI não é uma opção”.

“Espero um acordo total entre as instituições e que possamos seguir em frente no programa” de resgate, salientou.

Dijsselbloem referiu ainda que “hoje vamos ouvir das instituições se todas as reformas foram aplicadas corretamente, mas penso que o Governo grego trabalhou muito desde o verão e também nas últimas semanas para fazer adotar reformas e medidas difíceis no Parlamento”.

Os ministros das Finanças da zona euro discutem esta terça-feira a primeira avaliação do terceiro programa de assistência à Grécia, podendo dar finalmente luz verde ao desembolso de uma nova tranche do empréstimo.

O parlamento grego aprovou no domingo mais medidas exigidas pelos credores para pagarem a próxima tranche do empréstimo, bloqueada há vários meses.

A legislação aprovada no domingo pelo Parlamento prevê um mecanismo de correção automática em caso de derrapagem orçamental e medidas suplementares para acelerar as privatizações e aumentar os impostos indiretos, incluindo o IVA, com o Estado a pretender recolher 1.800 milhões de euros por ano.

ZAP / Lusa

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