Explosão estelar iluminará o céu nas próximas semanas

UCL/University of London Observatory/Steve Fossey/Ian Howarth/Ben Cooke/Guy Pollack/Matthew Wilde/Thomas Wright / Flickr

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Uma explosão estelar excepcionalmente próxima da Terra vai iluminar o céu nas próximas semanas.

A explosão da supernova será na Galáxia do Charuto, chamada assim devido ao seu formato. O local fica a cerca de 12 milhões de anos-luz da Terra e vai oferecer uma oportunidade única para se estudar uma supernova.

A descoberta, no entanto, foi feita por acaso. Steve Fossey, um astrónomo do University College de Londres (UCL), da Grã-Bretanha, descobriu a supernova com o auxílio de um pequeno telescópio de 35 centímetros.

UCL MAPS/O. Usher / Flickr

O telescópio usado para localizar a nova galáxia

O telescópio usado para localizar a nova galáxia

“Estávamos a fazer uma observação há uma semana com estudantes do UCL e, numa das imagens que conseguimos, de curta exposição, pudemos ver este ponto brilhante de luz na imagem da galáxia. Imediatamente percebemos que isto era uma supernova, a explosão de uma estrela”, disse Fossey à BBC.

Fossey consultou colegas de outros observatórios e confirmou a descoberta. A União Astronómica Internacional baptizou a supernova como SN2014J.

A supernova é tão brilhante que poderá ser vista com telescópios domésticos de boa qualidade ou até mesmo com binóculos, quando atingir o ponto máximo de seu brilho, algo que deve ocorrer dentro de uma semana.

Juntamente com observadores de todo o mundo, Fossey prepara-se agora para recolher informações e aprender tudo o que puder enquanto a supernova for visível no céu.

Oportunidade

UCL/University of London Observatory/Steve Fossey/Ben Cooke/Guy Pollack/Matthew Wilde/Thomas Wright / Flickr

Imagem mostra um ponto brilhante de luz na galáxia M 82

Imagem mostra um ponto brilhante de luz na galáxia M 82

O astrónomo explicou que esta galáxia, em particular, “é incomum e está muito próxima; uma supernova tão próxima como esta provavelmente ocorre uma vez em décadas”.

“É uma oportunidade excelente para aproveitar a frota de naves espaciais que temos e para os observatórios na Terra”, acrescentou Fossey.

A supernova da Galáxia do Charuto, na constelação de Ursa Maior, permanecerá brilhante por cerca de um mês e os cientistas querem aproveitar ao máximo a possibilidade de conhecer todos os seus segredos.

“Um dos modelos aceites é que ela tem o que chamamos de uma anã branca, que efectivamente é uma estrela como o Sol e que está na fase final de sua vida, inerte e quente, uma estrela que tem uma companheira binária, uma amiga, a atrair material dessa amiga e a ficar maior e mais quente até que se detone a uma temperatura crítica e exploda em pedaços”, explicou o astrónomo.

“Com as naves que temos no espaço, podemos observar a onda expansiva do material resultante da explosão, ao impactar com o material que à sua volta, incluindo a sua companheira. Esta é a chave, precisamos de perceber também a companheira”, acrescentou Fossey.

O cientista afirma que esta pode ser ou uma estrela como o Sol ou um outro tipo de evento espacial, que inclua duas anãs brancas.

E porque é tão importante perceber esta explosão estelar?

Para o cientista, perceber estas “explosões estelares” pode levar à resolução de outros mistérios, pois as “supernovas são faróis de luz“.

Além de ajudar a compreender o processo de morte de uma estrela, as supernovas são muito importantes pela sua luminosidade, que permite medir com precisão as distâncias entre as galáxias do universo, disse Fossey.

O cientista afirmou que os astrónomos estão a viver semanas de “actividade furiosa” com os instrumentos ópticos espaciais e terrestres a apontar na direcção da galáxia, para acompanhar este processo e conseguir toda a informação possível sobre o brilhante fim desta estrela.

ZAP/BBC

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