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Ex-refugiada recebe 1 milhão de dólares por prémio de melhor professora do mundo

(dr) Global Teacher Prize

Hanan Al Hroub, professora palestiniana vencedora do Global Teacher Prize

Hanan Al Hroub, uma professora palestiniana que cresceu num campo de refugiados, recebeu o prémio Global Teacher, considerado o “Nobel da Educação”.

O anúncio do vencedor, que receberá um milhão de dólares, foi feito pelo papa Francisco, que  enviou um vídeo a afirmar que os professores “construíam paz e unidade”.

Depois da infância passada num campo palestiniano perto de Belém, a professora dá atualmente aulas para refugiados. “Estou orgulhosa de ser uma professora mulher palestina aqui neste palco”, afirmou ao receber o prémio.

Hanan Al Hroub trabalha com crianças traumatizadas pela violência, usando jogos e brincadeiras para encorajá-las a trabalhar juntas e recompensando as atitudes positivas.

A professora, que vai usar o dinheiro do prémio para ajudar os seus alunos, afirmou que “os professores podem mudar o mundo“.

O prémio é organizado há três anos pela Varkey Foundation, o braço de caridade da empresa de educação internacional GEMS.

Entre os finalistas havia ainda professores da Índia, Quénia, Finlândia, Inglaterra e Estados Unidos. Os vencedores foram anunciados no Dubai, numa cerimónia de gala com o objetivo de sublinhar o estatuto importante da profissão de professor.

Os dez finalistas foram convidados ao palco num vídeo do físico Stephen Hawking e foram felicitados, também por vídeo, pelo vice-presidente dos EUA, Joe Biden, e pelo ex-presidente dos EUA Bill Clinton.

Além de Hanan Al Hroub, eis os outros nove finalistas:

  • Maarit Rossi, Finlândia, que desenvolveu o seu próprio método de ensino da matemática. A Finlândia tem alguns dos melhores resultados em matemática do mundo em provas internacionais, mas os alunos de Rossi têm resultados ainda melhores do que os padrões finlandeses;
  • Aqeela Asifi chegou ao Paquistão como refugiada do Afeganistão e dá aulas para crianças refugiadas numa escola que criou;
  • Ayub Mohamud, professor da área de negócios no Quénia, chegou às finais com um projeto para desencorajar a violência extremista e a radicalização;
  • Robin Chaurasiya, de Mumbai, na Índia, fundou uma organização para ensinar e dar apoio a adolescentes em zonas de prostituição;
  • Richard Johnson, professor de ciência de Perth, na Austrália, criou um laboratório de ciências para crianças da escola primária;
  • Michael Soskil, da Pensilvânia, nos EUA, que já tinha recebido um prémio pela “excelência em ensinar ciências e matemática”, motiva seus alunos ao ligá-los a projetos por todo o mundo;
  • Kazuya Takahashi, do Japão, desenvolveu uma iniciativa para ensinar ciências e incentivar a cidadania global;
  • Joe Fatheree, de Illinois, dos EUA, foi pioneiro na aplicação de projetos com impressoras 3D, tecnologia de drones e jogos como Minecraft;
  • Colin Hegarty, professor de matemática de Londres que criou um site com aulas online.

Na plateia da entrega do prémio estavam estrelas de Hollywood como Salma Hayek e Matthew McConaughey, além de personalidades da política como o ex-primeiro ministro britânico Tony Blair e o vice-presidente dos Emirados Árabes Unidos, o xeque Mohammed bin Rashid Al Maktoum.

O príncipe William, o duque de Cambridge, também enviou uma mensagem em vídeo onde falou sobre a “incrível responsabilidade” dos professores e afirmou que podem “influenciar, inspirar e moldar a vida de uma pessoa para melhor”.

Sunny Varkey, fundador da Varkey Foundation e criador do prémio, disse esperar que a história de Hanan Al Hroub “inspire aqueles que querem entrar na carreira de professor”.

ZAP / BBC

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