Estudo revela que crianças de 7 anos não reconhecem rostos como os adultos

Uma nova investigação deita por terra a teoria de que as crianças têm o mecanismo cerebral da percepção facial completamente desenvolvido aos 5 anos de idade. Esta pesquisa conclui que aos 7 anos, ainda não se veem os rostos como os adultos.

Desenvolvida pelo Departamento de Neuro-Psicologia da Universidade Ruhr de Bochum (RUB), na Alemanha, esta investigação procurou apurar se as áreas cerebrais especializadas na percepção facial estarão totalmente desenvolvidas aos 5 anos de idade, como defende uma teoria científica.

As conclusões, divulgadas no jornal de ciência Rubin, que divulga as investigações da RUB, rebatem aquela ideia e demonstram que aos 7 anos de idade, as crianças ainda têm actividades cerebrais diferentes dos adultos.

As investigadoras Sarah Weigelt e Marisa Nordt compararam o chamado “efeito de habituação”, entre crianças e adultos, quando confrontados com retratos de pessoas. Este “efeito de habituação” tem a ver com a diminuição da actividade cerebral, quando o cérebro é confrontado sucessivamente com o mesmo estímulo.

Durante a experiência, adultos e crianças foram confrontados com três blocos de seis imagens, numa sucessão rápida de 12 segundos, espaçados por intervalos – no primeiro bloco, todas as seis fotos eram idênticas; no segundo, as imagens eram diferentes, embora da mesma pessoa; e por fim, as fotos eram de pessoas diferentes.

As investigadoras registaram a actividade cerebral dos participantes, através de imagens de ressonância magnética e analisando em particular a área de processamento da imagem do rosto, chamada de Giro Fusiforme, que se situa no lóbulo temporal e que é especializada na percepção facial.

Os resultados apurados indicam que, quando confrontados com fotos diferentes da mesma pessoa, os adultos revelaram um “efeito de habituação” menos forte do que quando viram fotos idênticas da mesma pessoa.

As crianças apresentaram o mesmo “efeito de habituação” perante fotos idênticas da mesma pessoa, mas, perante fotos diferentes da mesma pessoa, algumas não revelaram qualquer “habituação”, enquanto outras demonstraram-na como os adultos.

“Se as crianças vêem fotos diferentes de uma única pessoa, elas parecem dizer ou: esta é a mesma pessoa. Ou: estas são duas pessoas diferentes. Não há nada no meio”, explica Sarah Weigelt no comunicado da RUB.

Isto significa que, embora as crianças de 7 anos sejam capazes de reconhecer rostos, essa capacidade não está ainda totalmente desenvolvida.

SV, ZAP

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