Estudo revela que cada ser humano tem uma nuvem pessoal de micróbios

Neste preciso momento, cada um de nós está rodeado por uma “nuvem” única formada por milhares de bactérias, sendo quase um espaço microbiano pessoal.

Um estudo, realizado por um grupo de cientistas da Universidade de Oregon, no Estados Unidos, mostra que os seres humanos não libertam apenas micróbios mas que essa nuvem de bactérias é específica para cada um, avança a BBC.

Esta nuvem, que pode ser transmitida através do contacto direto mas também pelo ar ou pela presença de células mortas, liberta amostras do nosso microbioma, o conjunto de bactérias que vive dentro do nosso corpo.

Divulgado na publicação científica PeerJ, a equipa de cientistas analisou 11 pessoas e concluiu que foi possível identificar cada participante a partir dos seus próprios micróbios.

Os participantes permaneceram, cada um, numa divisão fechada durante quatro horas, na qual o ar era bombardeado para o seu interior, através de um filtro, para evitar a contaminação.

Enquanto isso, os filtros dentro da divisão capturaram amostras da nuvem de cada pessoa, tendo sido depois analisadas as bactérias.

“Acredito que vamos ser capazes de detetar o microbioma humano no ar que rodeia uma pessoa, mas ficamos surpreendidos por descobrir que conseguimos identificar a maioria das pessoas do grupo apenas pelas amostras da nuvem de micróbios”, disse James Meadow, um dos investigadores.

Foi possível encontrar bactérias como a Streptococcus, que é facilmente encontrada na boca, e ainda a Propionibacterium e a Corynebacterium, mais comuns na pele.

Mas a equipa constatou que não foi o tipo de bactérias existentes que diferenciava as pessoas mas antes a proporção de cada tipo de bactéria que compunha a chamada nuvem.

A descoberta, segundo os investigadores, pode vir a ser útil em aplicações forenses para, por exemplo, detetar se uma determinada pessoa passou por um certo local.

No entanto, a equipa diz que estes são resultados preliminares e que devem ser estudados, até porque, segundo Adam Altrichter, outro dos investigadores responsáveis, é bastante provável que estas nuvens passem por transformações ao longo do tempo.

“Temos de entender que não somos seres assépticos e isso é algo completamente natural e saudável”.

O tamanho destas nuvens ainda não foi medido mas estima-se que possam ter 30 centímetros.

ZAP / BBC

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