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Estudo revela que jogadores de futebol têm maior risco de desenvolver demência

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José Sena Goulão / Lusa

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Um estudo divulgado esta quarta-feira garante que os jogadores de futebol profissionais são uma classe com elevado risco de desenvolver doenças cerebrais, que podem causar demência.

De acordo com o estudo publicado na Acta Neuropathologica, os cientistas analisaram 14 indivíduos aposentados e com sintomas de demência, que começaram a jogar futebol na infância ou juventude.

Exames “post mortem” realizados a seis futebolistas mostraram que quatro deles tinham sinais de Encefalopatia Traumática Crónica (CTE), um distúrbio cerebral também observado em antigos praticantes de futebol americano e pugilistas.

Estes dados, recolhidos em 13 futebolistas profissionais e um amador que praticaram futebol durante mais de 25 anos, ficam muito acima da taxa média de 12% encontrada na população em geral.

Os especialistas concluíram que este problema pode estar relacionado com doenças neurológicas e com os impactos sofridos na cabeça ao longo da carreira, devido ao facto dos jogadores cabecearem várias vezes as bolas de futebol, destaca o Independent.

A principal autora do estudo, Helen Ling, considerou que “há uma necessidade premente de identificar o risco”, acrescentando: “É necessário um estudo em grande escala, com a cooperação da Federação Inglesa de Futebol (FA) e da FIFA”.

FIFA nega existência de relação entre prática de futebol e risco de demência

A FIFA assegurou esta quinta-feira que não existe qualquer prova conclusiva de que os futebolistas profissionais sejam uma classe com elevado risco de desenvolver doenças cerebrais que possam causar demência.

“Não há qualquer prova de que a prática do futebol possa causar danos cerebrais”, indicou a FIFA em comunicado, acrescentando que “os estudos sobre a relação entre a prática do futebol de alta competição e o funcionamento do cérebro são inconclusivos”.

A instituição acrescenta ainda que, “felizmente, o futebol não pertence aos desportos de alto risco no que diz respeito a lesões cerebrais”.

ZAP // Lusa

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