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Estados Unidos testam vacina contra Ébola em humanos

European Commission DG ECHO / FLickr

Combate ao Ébola em África

O Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, NIH, anunciou esta quinta-feira que vai começar, na próxima semana, os testes de uma vacina contra o vírus ebola em seres humanos.

Em fase inicial, as primeiras experiências serão realizadas em 20 voluntários, na sede do Instituto, em Bethesda, estado de Maryland, próximo da capital, Washington.

A informação foi divulgada pelo diretor do NIH, Francis Collins, em conferência de imprensa.

Segundo Collins, o instituto já estava a trabalhar no projecto da vacina há cerca de uma década, mas a situação de descontrole da doença no oeste africano fez com que a pesquisa tenha sido “acelerada”.

“Tivemos de adoptar medidas extraordinárias para iniciar os estudos o mais rápido possível”, afirmou Collins.

A pesquisa é realizada pelo NIH, em parceria com outra agência estatal americana, o Instituto Nacional de Alergia e Enfermidades Infecciosas (Niaid), e tem o apoio da farmacêutica privada GlaxoSmithKline.

Segundo o director do Niaid, Anthony Fauci, a epidemia de ebola já contaminou mais de 3 mil pessoas e matou mais da metade dos infectados.

“A situação está sem controle, e por isso é preciso trabalhar em todas as frentes possíveis, com os métodos tradicionais de isolamento das pessoas infectadas, novos medicamentos, mas também na busca de uma  resposta de prevenção imunológica”, diz Fauci.

Fauci justificou a participação da GlaxoSmithKline como “co-investigadora”, devido à necessidade de se produzir a vacina em larga escala, caso o resultado da pesquisa seja satisfatório.

Fauci explicou que foi difícil, por exemplo, produzir doses suficientes do medicamento experimental ZMapp, desenvolvido em San Diego, nos Estados Unidos, e que “a empresa doou todas as doses que tinha disponíveis para o tratamento dos infectados”.

Foi com o ZMapp que os dois norte-americanos contaminados em julho, na Liberia, foram tratados e conseguiram recuperar da doença, em Atlanta, no estado da Georgia.

Os 20 voluntários vão ser avaliados 9 vezes durante 48 semanas, e para garantir a segurança dos voluntários – todos adultos saudáveis – os cientistas vão dar a vacina a apenas três pessoas de cada vez, a fim de verificar a segurança antes de vacinar outros voluntários.

“A segurança é primordial, quando se fazem testes com drogas experimentais em pessoas saudáveis”, afirmou Fauci.

ZAP / ABr

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