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Estado Islâmico matou um dos reféns japoneses

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CSIS / Flickr

Shinzo Abe, primeiro-ministro do Japão

Shinzo Abe, primeiro-ministro do Japão

O grupo radical Estado Islâmico (ISIS na sigla em inglês), que domina vastos territórios no Iraque e na Síria, publicou este sábado um registo de um alegado refém japonês, o jornalista Kenji Goto, em que afirma que o companheiro de cárcere, o empresário Haruna Yukawa, foi executado.

A gravação foi difundida pelo Twitter por supostos simpatizantes do Estado Islâmico mas cuja autenticidade ainda não foi confirmada.

O governo do Japão já está reunido de emergência devido à publicação do anúncio. A reunião, que decorre no Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Tóquio, começou poucos minutos depois da 01:00 (16:00 em Lisboa) na presença do primeiro-ministro, Shinzo Abe, e outros membros do Executivo.

No mesmo anúncio, a acompanhar a gravação, aparece uma fotografia de Goto que segura uma imagem de Yukawa, supostamente degolado.

Durante a mensagem, que alegadamente foi recebida pelo governo do Japão e pela família de Goto, o jornalista japonês explica em inglês que está a mostrar uma fotografia de Yukawa “assassinado no território do califado islâmico”.

“Vocês foram avisados e foi-vos dado um prazo, sendo assim, aqueles que me capturaram vão atuar de acordo com as suas palavras”, diz Goto dirigindo-se ao Executivo de Tóquio e ao primeiro-ministro, Shinzo Abe, que na mensagem é acusado de ter assassinado Yukawa por não ter cumprido o ultimato do Estado Islâmico.

Na mesma gravação, de dois minutos de 52 segundo, Goto sublinha que o pagamento do resgate já não é necessário para salvar a própria vida, porque agora o Estado Islâmico pede a libertação de uma extremista que se encontra detida na Jordânia.

Eles já não querem dinheiro. Por isso, não se preocupem com o financiamento do terrorismo. Eles só exigem a libertação de Sayida al Rishawi. É simples: entreguem-lhes Sayida e eles libertam-me”, diz o refém.

Sayida al Rishawi, de nacionalidade iraquiana, está detida na Jordânia onde foi condenada à morte por tentativa de ataque suicida contra um hotel em 2005, em Amã.

O ataque só não teve resultados porque o dispositivo que devia espoletar o cinto de explosivos que a mulher transportava no corpo não funcionou.

Três cúmplices da mulher iraquiana, entre os quais o marido, imolaram-se com cargas explosivas que levavam no corpo em hotéis da capital da Jordânia tendo provocado a morte a 70 pessoas.

Goto, o refém japonês, sublinha na mesma mensagem que “ironicamente” representantes do governo japonês encontram-se atualmente na Jordânia onde está presa Al Rishawi.

“Uma nova mensagem que mostra, supostamente, Kenji Goto foi publicada na internet”, disse antes da reunião que decorre em Tóquio, o porta-voz do governo, Yoshihide Suga aos jornalistas.

O porta-voz acrescentou que está neste momento a verificar-se a autenticidade da gravação.

Num vídeo divulgado esta semana, o Estado Islâmico ameaçou matar dois japoneses – o empresário Haruna Yukawa e o jornalista Kenji Goto – se o Governo nipónico não pagasse 200 milhões de dólares (172 milhões de euros) no prazo de 72 horas.

Viúvo de 42 anos, Haruna Yukawa foi sequestrado em meados de agosto do ano passado, enquanto alegadamente dava apoio logístico a um grupo rebelde implicado na guerra civil síria e rival do Estado Islâmico, sendo que a presença do japonês na região nunca foi totalmente explicada.

Kenji Goto, jornalista de 47 anos, tinha-se deslocado ao território sírio controlado pelos extremistas no início de outubro com a intenção de cobrir o conflito no terreno e deveria ter regressado ao Japão no dia 29 do mesmo mês.

/Lusa

3 Comments

    • Cara Queli Nobre, obrigado pelo seu reparo.
      Segundo a Porto Editora, as duas formas são corretas. Matar é um verbo com dois particípios passados: um regular – matado – e outro irregular – morto.
      O particípio regular é utilizado nos tempos compostos com os verbos auxiliares ter e haver:
      Pensei que tinha matado o animal.
      O particípio irregular é usado com os verbos auxiliares ser e estar:
      O animal foi morto.

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