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Eslovenos e croatas protestam contra cerca na fronteira dos dois países

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Jolie Rouge / Twitter

Manifestação "Stop The Wire" em Maribor, Brezovica e Dragonja

Manifestação “Stop The Wire” em Maribor, Brezovica e Dragonja

Centenas de eslovenos e croatas que vivem próximo da cerca erguida na fronteira entre os dois países, para impedir a passagem de migrantes, manifestaram-se este sábado para exigir a retirada deste símbolo “da vergonha” e do “medo”.

“Nada justifica uma barreira no século XXI. Nós protestamos contra a vergonha moral, o símbolo do pior da história da Europa”, declarou à agência de notícia AFP Natalija Gegorinic, livreira numa cidade croata próxima da fronteira, que esteve no protesto com a família.

A manifestação, com cerca de 400 pessoas, foi realizada nas proximidades de dois pontos de passagem da fronteira, em Dragonja, na Eslovénia, e Brezovica, na Croácia, uma zona rural não muito longe da costa adriática, no leste dos dois países.

Duas filas de arame farpado colocadas ao longo da fronteira apareceram na semana passada, instaladas pelas autoridades eslovenas para melhor controlar a passagem dos migrantes e refugiados.

Cerca de 140 quilómetros de arame farpado foram instalados no total, desde novembro, nos 670 quilómetros comuns de fronteira entre Croácia e Eslovénia.

Os opositores colocaram na cerca decorações de Natal e bandeiras tanto em Brezovica como em Dragonja, tendo ainda duas equipas improvisado um jogo de voleibol, cada uma de um lado do arame farpado.

“Nós nunca tivemos qualquer vedação, sempre vivemos juntos em ambos os lados da fronteira”, disse Miro Kocjancic, fazendeiro nesta área remota dos dois países da ex-Jugoslávia.

“Nós, eslovenos, colocámo-nos, nós mesmos, num campo de concentração. Nós estamos a espalhar o medo entre os cidadãos. É lamentável”, disse Luka Juri, um dos organizadores da manifestação.

Confrontados com o fluxo de migrantes e refugiados que fogem da violência e da insegurança económica, vários países europeus escolheram instalar cercas nas suas fronteiras, incluindo a Eslovénia, Macedónia e a Áustria.

A Hungria fechou mesmo todo o acesso ao seu território para os migrantes em trânsito.

ZAP / ABr

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