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Encontrado o gene responsável pela reacção das plantas ao toque

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A Arabidopsis thaliana é sensível ao toque, mas a variação mutante que não tem o gene AtGA2ox7 perde a sensibilidade ao toque

A Arabidopsis thaliana é sensível ao toque, mas a variação mutante que não tem o gene AtGA2ox7 perde a sensibilidade ao toque

Investigadores da Universidade de Braunschweig, entre os quais a bióloga portuguesa Maria João Pimenta Lange, descobriram o gene responsável pelos movimentos das plantas em reacção ao toque de outros seres vivos.

Plantas sujeitas a stress mecânico causado, por exemplo, pelo toque, não podendo fugir, adaptam-se fisiológica e morfologicamente para sobreviver – um fenómeno há muito tempo conhecido dos biólogos que plantas sujeitas a stress mecânico pelo toque repetido crescem menos e florescem mais tarde.

Mas a explicação científica destes fenómenos não tinha sido até agora encontrada.

Num artigo científico publicado na “Nature Plants”, os biólogos Theo Lange e Maria João Pimenta Lange, investigadores do departamento de biologia vegetal da Universidade de Braunschweig, revelam a descoberta do gene AtGA2ox7, responsável pelo crescimento e tempo de floração retardado de plantas sujeitas a stress mecânico devido ao toque.

Em plantas que são tocadas, a expressão deste gene aumenta resultando no incremento de uma proteína responsável pela inactivação de hormonas vegetais do crescimento (giberelinas) explicando o desenvolvimento retardado de plantas que são regularmente tocadas.

Os dois cientistas mostraram também que sem esse gene as plantas crescem normalmente mesmo quando tocadas.

TU Braunschweig

Prof. Dr. Theo Lange e Dr. Maria Pimenta Lange, investigadores da Universidade de Braunschweig

Prof. Dr. Theo Lange e Dr. Maria Pimenta Lange, investigadores da Universidade de Braunschweig

Nos últimos anos cientistas americanos e suíços mostraram que plantas que são tocadas são mais resistentes a parasitas. Na realidade, desde o século XVII que os agricultores japoneses pisam as plantas jovens de trigo e cevada, método tradicional a que chamam “mugifumi”, e com o qual tornam as plantas mais resistentes a parasitas e aumentam o rendimento em grão.

Contudo, só em Setembro do ano passado é que este procedimento se tornou conhecido dos investigadores ocidentais, depois de ter sido foi publicado na “Frontiers in Plant Science”.

A descoberta,  pelos dois investigadores da Universidade de Braunschweig, do gene responsável pela reacção das plantas ao toque, explica cientificamente os resultados empíricos seculares dos agricultores japoneses.

Os dois cientistas pretendem agora usar o gene descoberto como marcador genético e desenvolver programas de selecção de plantas mais resistentes a parasitas e outros tipos de stress e com maior rendimento em grão.

Ciência Hoje

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