Sul-coreanos fecham funcionários em caixões para prevenir suicídio

Muitas empresas na Coreia do Sul encontraram na simulação de funerais a solução perfeita para mostrar aos seus funcionários que podem e devem aproveitar a vida ao máximo.

Além da Coreia do Sul estar entre os países com as maiores taxas de suicídio, é frequente os funcionários associarem os altos níveis de stress a que estão sujeitos com o trabalho.

A competição é levada tão a sério que os sul-coreanos querem mesmo ser o exemplo de um funcionário perfeito: tentam chegar ao escritório antes do chefe e só saem depois de o mesmo se ir embora.

Esta busca pela perfeição, que acaba por trazer mais consequências negativas do que positivas, é um fenómeno que tem vindo a preocupar algumas empresas sul-coreanas.

Por isso, os respetivos diretores quiseram reverter esta infeliz tendência através de uma medida que, quer seja mórbida ou não, só tem um objetivo: mostrar aos funcionários o quão extraordinária é a vida.

Através de uma simulação dos seus próprios funerais, os funcionários são confrontados com a morte como se ela estivesse mesmo ao virar da esquina, conta a BBC.

A primeira fase acaba por ser uma despedida, visto que os funcionários têm algum tempo para escrever cartas àqueles que lhes são mais queridos. Logo a seguir, são mostrados vídeos que acabam por ser uma fonte de inspiração, isto é, exemplos de pessoas que souberam dar a volta por cima a diversas adversidades como, por exemplo, um cancro.

Vestidos com roupões brancos e agarrados a uma fotografia deles mesmos, é na última fase que os funcionários se deitam em caixões de madeira, que depois são fechados por um homem vestido de preto que representa o “Anjo da Morte”. Fechados na escuridão do caixão, é este o tempo certo para refletir sobre o sentido da vida.

A Staffs, uma empresa de recursos humanos, é um dos casos que usou esta experiência para tentar alertar os seus funcionários.

“A nossa empresa sempre incentivou os funcionários a mudar as suas formas de pensar mas era difícil conseguir uma diferença notória”, afirma o presidente da empresa, Park Chun-woong.

O dirigente acredita que a responsabilidade do empregador vai muito para além daquilo que acontece no escritório.

“Ficarem dentro de um caixão deve ser uma experiência tão chocante que pode levá-los a repensar na forma como aproveitam a vida”, sublinha.

Cho Yong-tae é um dos funcionários que teve a oportunidade de simular a morte e acredita que esta foi uma lição para toda a vida.

“Depois da experiência do caixão, percebi que devia tentar viver um novo estilo de vida. (…) Percebi que cometi imensos erros. Espero ser mais apaixonado pelo meu trabalho mas espero passar também mais tempo com minha família”, conta.

ZAP / BBC

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