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Emergência sanitária decretada no litoral da Guiné-Conacri devido ao Ébola

Hamid Abdulsalam / UNAMID Photo / Flickr

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O Presidente da Guiné-Conacri, Alpha Condé, declarou “emergência sanitária” em cinco regiões do país, para onde se deslocou o epicentro da epidemia de Ébola, com o objetivo de deter a propagação do vírus.

“A cartografia da epidemia, neste momento, deslocou-se para o litoral do nosso país, para as regiões de Forécariah (sudoeste), Coyah (oeste), Kindia (oeste), Dubréka (sudoeste) e Boffa (oeste)”, afirmou o chefe de Estado numa mensagem à nação transmitida pelos meios de comunicação social públicos.

“Nesta área densamente povoada, a epidemia representa um risco real para a saúde da nossa nação. É por isso que declarou para as regiões de Forécariah, Coyah, Dubréka, Boffa e Kindia uma emergência sanitária reforçada por um período de 45 dias”, afirmou Alpha Condé.

A Guiné está dividida num total de 33 departamentos, repartidos em oito regiões, entre as quais a de Conacri, a capital.

“Em Conacri, medidas rigorosas vão também ser tomadas para reforçar a vigilância nas localidades”, precisou Condé, anunciando uma série de medidas, entre as quais o encerramento temporário dos “serviços hospitalares e clínicas privadas onde tenham surgido casos de Ébola”.

Os doentes neles internados deverão “aí permanecer” e aí serão alimentados e tratados.

Todos os centros de saúde que não aplicarem as medidas de prevenção serão encerrados. Todas as mortes ocorridas durante os 45 dias serão alvo de análise.

Os enterros deverão ser previamente objeto de medidas de segurança da Cruz Vermelha ou da Proteção Civil. As concentrações rituais para os funerais deverão ser adiadas para depois do fim do período de emergência sanitária.

“Qualquer pessoa que esconda doentes ou desloque cadáveres de uma localidade para outra será perseguido nos termos da lei por colocar em perigo a vida de terceiros”, advertiu o chefe de Estado.

“Onde quer que seja necessário, durante este período de emergência sanitária, medidas de alojamento e confinamento serão adotadas e serão feitos esforços para levar ajuda alimentar e sanitária às populações afetadas”, prosseguiu.

A atual epidemia de Ébola surgiu em dezembro de 2013 no sul da Guiné-Conacri e depois propagou-se às vizinhas Libéria e Serra Leoa.

Segundo o mais recente balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgado a 22 de março, estes três países contabilizam mais de 99 por cento das 10.300 mortes – das quais, mais de 2.200 se registaram na Guiné-Conacri – ocorridas em cerca de 25.000 casos.

Estes três Estados definiram como objetivo atingir zero casos em meados de abril.

/Lusa

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