Duarte Lima acusado por apropriação indevida de cinco milhões de euros

Ministério Público acusou o advogado de abuso de confiança, por apropriação indevida de mais de cinco milhões de euros de Rosalina Ribeiro.

Em causa está a apropriação indevida por parte de Duarte Lima de uma quantia de 5.240.868,05 euros que Rosalina Ribeiro lhe transferiu, a título provisório, em 2001, adianta a Lusa.

A transferência foi feita para uma conta na Suíça para que o advogado guardasse o dinheiro enquanto decorressem as ações judiciais interpostas pelos herdeiros do empresário português Lúcio Tomé Feteira.

“Na posse de tal montante, Duarte Lima utilizou-o em proveito próprio, apropriando-se do mesmo, sem nunca o ter restituído a Rosalina Ribeiro“, explica o Departamento Central de Investigação e Ação Penal, citado pela agência.

O Diário de Notícias teve acesso à nova acusação do MP, na qual se sustenta que o ex-deputado gastou os 5,2 milhões da cliente “para pagamento de despesas e investimentos pessoais“, sem nunca os ter declarado ao fisco ou pago impostos.

Na lista de gastos estarão 74,819 mil euros na decoradora Graça Viterbo, 25,970 mil euros na M Moleiro Editores; para além de transferências avultadas para contas tituladas por Francisco Canas, o “Zé das Medalhas”, arguido no processo Monte Branco.

Segundo o diário, constam ainda transferências para uma conta on-shore no BES titulada por Amadeu Dias, já falecido, e a sua filha Rita Dias, num montante total de 845,512 mil euros.

“Nem Amadeu Dias nem Rita Dias detinham ou desenvolviam qualquer atividade consentânea com o recebimento da quantia”, nota a acusação do MP.

Amadeu Dias endossou dois cheques dessa conta num total superior a 100 mil euros e que tiveram por destino uma conta no BCP que o Ministério Público não identificou mas acredita ser “controlada” por Francisco Canas.

O ex-líder da bancada parlamentar do PSD foi acusado, em 2011, pelo MP brasileiro de ter morto a companheira do milionário português e deverá começar a ser julgado este ano.

Rosalina Ribeiro foi morta a tiro e o seu corpo foi encontrado numa estrada de terra batida nos arredores do Rio de Janeiro. O homicídio aconteceu em dezembro de 2009.

ZAP