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Dono e condutor da carrinha do acidente em França indiciados por homicídio involuntário

O condutor e o dono da carrinha envolvida no acidente em França que causou a morte de doze portugueses estão a ser indiciados por homicídio involuntário.

O jovem de 19 anos, que conduzia a carrinha e foi o único sobrevivente, e o dono da viatura, o seu tio, foram esta sexta-feira indiciados por homicídio involuntário agravado, avançou a agência France Press, citada pelo jornal Público.

Os dois tinham sido detidos para interrogatório na passada terça-feira na sede da polícia em Moulins, localidade onde onde ocorreu o acidente que causou a morte de doze emigrantes portugueses.

Segundo o jornal, os dois familiares foram detidos provisoriamente até segunda-feira e os seus advogados já estão a preparar a sua defesa.

“Esta detenção nada tem a ver com uma decisão, que será posterior, sobre se os dois se vão manter presos”, declarou à AFP o procurador Pierre Gagnoud.

“Este é um inquérito que vai ser de longa duração e vai necessitar de investigações no estrangeiro”, acrescentou.

Segundo a advogada do jovem condutor, Antoine Jauvat, este “respondeu com sinceridade aos inquéritos mas não consegue ainda explicar as circunstâncias do acidente”.

Há um buraco negro. Ele lembra-se apenas da portagem e dos socorristas que o vieram acudir”, explica a advogada do jovem que, por ter 19 anos, nem sequer possuía habilitação legal para transportar tantos passageiros.

“Estão profundamente afetados”, declarou William Hillairaud, o advogado do proprietário da carrinha, que não estava dentro da viatura e chegou de imediato ao local.

Como têm membros da família entre as vítimas, ambos já terão manifestado “o desejo de pôr fim às suas vidas” e, por isso, “tiveram de ser internados em serviços de psiquiatria” depois do acidente.

As vítimas mortais, com idades entre os 7 e os 63 anos, morreram na sequência de um choque frontal entre a carrinha e um camião quando seguiam para Portugal para passar a Páscoa.

O acidente ocorreu na via francesa conhecida por “estrada da morte” e os portugueses seguiam numa Mercedes Sprinter de transporte ilegal com capacidade apenas para seis pessoas.

Segundo o Público, empresários do ramo dos transportes internacionais especializados em operar no mercado da emigração dizem que há um cenário negro de transporte ilegal entre portugueses que trabalham noutros países europeus.

Todos denunciam um “mercado negro sem regras” e “uma enorme falta de fiscalização” por parte das autoridades portuguesas.

ZAP

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