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Dois casos levantam suspeita de transmissão do Zika por via sexual

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O Aedes aegypti pode transmitir três doenças: Zika, dengue e chikungunya

O Aedes aegypti pode transmitir três doenças: Zika, dengue e chikungunya

Enquanto especialistas em saúde global se esforçam para entender como o vírus Zika se espalha e pode levar a problemas congénitos, dois casos sugerem que o vírus pode ser transmitido através de relações sexuais, e não apenas pelo mosquito.

O Zika, que se está a espalhar de forma rápida no continente americano, poderá afinal transmitir-se também por via sexual, com a descoberta de dois novos casos, foi hoje anunciado.

Segundo a directora dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA, Anne Schuchat, foi identificado um caso de infecção com o vírus Zika por transmissão sexual e outro em que o vírus foi detectado no sémen de um homem que, duas semanas antes, tinha sido infectado.

“Há um caso relatado de vírus Zika através de possível transmissão sexual”, revelou a directora dos CDC, citada pela AFP.

Na segunda-feira, o The Times revelou que o único caso conhecido de vírus Zika no sémen envolveu um homem do Tahiti de 44 anos de idade, que tinha sido exposto durante um surto de Zika na Polinésia Francesa, em 2013.

“Ou seja, isto poderá dar-nos uma plausibilidade biológica de transmissão”, disse Schuchat, sublinhando que o vírus é transmitido aos seres humanos principalmente por um mosquito infectado.

“A ciência é muito clara até agora: o Zika é principalmente transmitido às pessoas através da picada de um mosquito infectado, pelo que é nisso que estamos a colocar a ênfase neste momento”, acrescentou Anne Schuchat.

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Anne Schuchat, directora dos Centers for Disease Control (CDC) dos EUA

A Organização Mundial de Saúde alertou hoje que a epidemia do vírus Zika poderá vir a afectar entre três a quatro milhões de pessoas no continente americano.

O vírus Zika é transmitido aos seres humanos pela picada de mosquitos infectados e está associado a complicações neurológicas e malformações em fetos.

O Brasil e a Colômbia são os países onde se registam mais casos de infectados e de suspeitos.

O Brasil registou o seu primeiro foco de Zika o ano passado, e de acordo com o ministério da Saúde tem visto o número de casos de microcefalia subir, de 163 por ano, em média, a mais de 3.718 casos suspeitos.

Em vários casos o Zika vírus foi identificado em fetos e bebés com malformações de nascença, mas as autoridades de saúde dizem que são necessários mais dados para poder confirmar uma relação de causa e efeito entre o Zika e as malformações.

Os investigadores acreditam que se uma mulher grávida for mordida por um mosquito infectado, principalmente no primeiro trimestre, corre um risco maior de ter uma criança com defeitos de nascimento.

A OMS vai determinar na próxima semana se o surto do vírus Zika constitui uma emergência sanitária de alcance internacional.

Em Portugal, de acordo com informações de hoje da Direção-Geral da Saúde, foram notificados seis casos de doença, todos importados da América do Sul.

Nenhum deles ocorreu em grávidas.

ZAP

2 Comments

  1. Caro Ahahah,
    Obrigado pelo seu reparo.
    No entanto, consideramos que o uso do termo popular “mordida” em vez de “picada” não causa dano ao teor informativo da notícia, pelo que decidimos mantê-lo.

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