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Doente de hepatite C que interveio no parlamento vai receber medicamento

Ricardo Bento / Anuário Relógios & Canetas

José Carlos Saldanha é um dos maiores especialistas e coleccionadores mundiais de relógios Omega

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O doente José Carlos Saldanha, que interrompeu os trabalhos da comissão parlamentar de audição ao ministro da Saúde, Paulo Macedo, na quarta-feira, revelou esta quinta-fei que o tratamento à hepatite C lhe vai ser administrado.

“O milagre deu-se. Tenho informação oficial de que o tratamento foi disponibilizado pelo Infarmed”, disse José Carlos Saldanha, no Jornal das Oito, da TVI.

José Carlos Saldanha declarou que está convencido de que “o tratamento vai ser disponibilizado no início da próxima semana ou mesmo esta sexta-feira”.

A emoção é enorme. Estou muito grato e continuo com o sentimento estranho que tem a ver com os que já não estão para partilhar esta alegria”, sublinhou, acrescentando que vai prosseguir “com o tratamento e lutar por aqueles que não têm”.

Na quarta-feira, na Comissão de Saúde, José Carlos Saldanha, acompanhado de David Gomes, filho da doente que faleceu na sexta-feira por alegadamente não lhe ter sido administrado um medicamento inovador, interrompeu a audição ao ministro da Saúde.

Eu não quero morrer“, disse José Carlos Saldanha.

Eurico Castro Alves, presidente da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), garantiu que os hospitais portugueses começaram a pedir os 100 tratamentos gratuitos para a Hepatite C, oferecidos pela farmacêutica Gilead, na quarta-feira.

Eurico Castro Alves, em entrevista ao telejornal da RTP, adiantou que os tratamentos oferecidos por esta farmacêutica começaram hoje a ser pedidos pelos hospitais, depois de o Infarmed ter “demorado alguns dias” a definir “critérios muito rigorosos”, para “garantir que todos os doentes tivessem acesso por igual, justo e equitativo”, aos tratamentos.

“Definido esse critério, os hospitais começaram a pedir os tratamentos à Gilead e creio que alguns já terão sido entregues, os 100 gratuitos”, declarou.

A farmacêutica Gilead, detentora do medicamento inovador para a hepatite C, disse, na quarta-feira, que a doente que morreu recentemente vítima da doença podia ter tido acesso ao fármaco sem qualquer custo para o Estado.

A farmacêutica disse que o Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental enviou à Gilead, a 04 de novembro do ano passado, pedido de acesso ao medicamento sem custos, embora sem enquadramento legal para o fornecimento naquelas condições.

A Gilead garantiu que nunca recebeu nota de encomenda do fármaco, mas que o disponibilizou para a doente.

/Lusa

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