Dinheiro de Sócrates passou por offshore de dirigente do Grupo Espírito Santo

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O ex-primeiro-ministro, José Sócrates

O ex-primeiro-ministro, José Sócrates

Há novos dados sobre a origem do dinheiro das contas de Carlos Santos Silva, que o Ministério Público entende ser de facto de José Sócrates. O jornal Sol apurou que mais de 20 milhões de euros foram provenientes de uma empresa “offshore” de Hélder Bataglia, o presidente da Escom que integra o Grupo Espírito Santo (GES).

De acordo com o citado jornal, a “offshore” de Hélder Bataglia terá transferido 6,5 milhões de euros para uma conta do primo de José Sócrates, José Paulo Bernardo Pinto Sousa.

Esta tansferência terá ocorrido em 2006, pouco antes de este familiar do ex-primeiro-ministro ter transferido, por seu turno, 5,5 milhões de euros para uma das contas de Carlos Santos Silva na Suíça.

O Ministério Público acredita que Carlos Santos Silva, o empresário amigo de José Sócrates que está também detido no âmbito da Operação Marquês, seria o “testa-de-ferro” do ex-primeiro-ministro, administrando dinheiro que na verdade pertencia ao antigo governante.

O primo de José Sócrates, que vive em Angola, terá assim também entrado neste esquema que visaria esconder a origem do dinheiro que o Ministério Público defende tratar-se do pagamento de “luvas”.

Carlos Santos Silva terá explicado que os tais 5,5 milhões constituíam “dividendos de uma empresa de salinas na província angolana de Benguela”, na qual ele teria uma sociedade com o primo de José Sócrates, conforme evidencia o Sol.

Todavia, o jornal nota que a investigação que levou a cabo em Angola desmente essa ideia.

O Sol apurou que o primo de José Sócrates esteve “de facto envolvido em transacções de terrenos e de sociedades, mas com a Escom e o seu presidente, Hélder Bataglia” e nunca directamente com Carlos Santos Silva.

Além disso, o jornal atesta que esses negócios ocorreram “em 2009 e em 2013 – ou seja, três anos e sete anos depois das transferências em causa” e que, de resto, envolveram valores muito inferiores aos da transferência suspeita de 2006.

Escom esteve envolvida no negócio de compra dos submarinos, quando Paulo Portas foi Ministro da Defesa. Um processo que rendeu à empresa do GES 27 milhões de euros de comissões, conforme admitiu Hélder Bataglia na comissão parlamentar de inquérito ao caso BES.

ZAP

10 Comments

    • Distinguir investigação de supostas transcrições do processo é um exercício que a alguns pode gerar confusão. É certo. Certo é que na imprensa as refªs ao processo além de transversais são convergentes… Alías, quem não reparou que não há processos contra orgãos de informação? Apenas do Ministério público relativo a fugas…
      Prefiro que nestes casos tudo seja público e não morra no segredo de algum gabinete… E, se há escutas, que elas sejam materialmente protegidas e não destruídas.

  1. …Até os que apregoaram a tese de “caso político” se calaram…
    No cortejo reservam-se agora ao papel de mulas de enterro… Ou perfilam-se a promover canditatos a PR como se NADA FOSSE!
    … Aquilo é piões de brega com dois consulados, Sr. General!

  2. Para quê o MP? O jornal Sol faz o trabalho todo! Até porque juntamente com os seus seguidores, partem logo para a acusação e pronto! Aliás não se vê que o Sol faz a festa, atira os foguetes, e até vai apanhar as canas? Afinal a malta precisava de um bode expiatório. E nós por aqui andamos a fazer o gosto ao jornal Sol e seus mandantes neste sórdido cavaqueio!

    • Tem a alcunha ‘a gritar’ ‘Eu mesma’… É a 1ª condómina do novo condomínio fechado Classe +AAAA criado após remodelação das antigas instalações do aeroporto de Beja que mantém as pistas que foram previstas para aviação de grande porte como o Airbus A380-800 .

    • Chamada para o post infra (seguinte)… Aplica-se integralmente. Ainda assim, o que alguns, à media de 2 vezes por ano, nos últimos 4, quiseram trazer à baila sobre Portas e submarinos, não quiseram ler o despacho do processo alemão.
      Se não o fizer por conta própria, ficará a falar sozinho com os mesmos de sempre – os dos bitites a ver o quê que dá! Coitado do Paulinho oh Zé!

  3. Legitimamente cada um lê o que entender… Duplamente: Escolhe várias fontes e percebe que certa informação é transversal à generalidade de órgãos de impressa escrita e falada, ou então nem lê, ‘preserva’ a sua realidade através do que lhe bufam ou ouvido e sem cautelas, qdo decide cuspir para o lado, invariavelmente acerta em si própria!
    … Ainda residirá no condomínio de luxo +AAA situado no transformado aeroporto de Beja?

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