/

Detidos 11 militares venezuelanos suspeitos de matar 12 pessoas

Cristian Hernández / EPA

Agentes da Polícia Nacional Bolivariana em formação contra opositores em protestos pelo referendo na Venezuela

Onze militares foram detidos na Venezuela por suspeita de serem os responsáveis pela morte de 12 pessoas, que estavam desaparecidas desde uma operação de combate à delinquência, anunciou no sábado o Ministério Público.

Os corpos das 12 pessoas, desaparecidas desde outubro, foram descobertos na sexta-feira e no sábado em diferentes zonas próximas da localidade de Barlovento, no estado de Miranda, centro do país.

Segundo o Ministério Público, “foram detidas pelos militares durante uma operação de segurança”.

Os militares vão ser acusados formalmente e o Ministério Público anunciou que solicitou proteção para as testemunhas ouvidas na investigação.

O ministro do Interior e da Justiça, o general Nestor Reverol, afirmou que as “ações unilaterais e individuais” destes militares não representam “o espírito” das Forças Armadas.

Também as Forças Armadas expressaram a sua “rejeição categórica” à atuação dos militares detidos.

Em julho, a procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, manifestou preocupação pela crescente insegurança no país e pelo aumento de denúncias de violações dos Direitos Humanos nas operações especiais das forças de segurança implementadas no ano passado pelo Presidente Nicolás Maduro.

“Preocupa-nos as Operações de Libertação do Povo [OLP] pela quantidade de denúncias que temos recebido. Temos um alto índice de polícias e militares processados por violência, por alegadas violações dos Direitos Humanos”, disse.

“Estamos na presença de uma insegurança que vem crescendo e isso tem a ver com os planos que se têm implementado e as OLP”, afirmou, sublinhando que “na medida em que a atuação dos corpos de segurança é violenta, evidentemente isso propicia também violência”.

Segundo fontes oficiais, houve 17.768 homicídios na Venezuela no ano passado, 82% deles com armas de fogo.

Lançadas em julho de 2015, as OLP fizeram 245 mortos num ano, segundo a procuradora.

As OLP são operações das forças de segurança venezuelanas para combater a insegurança no país.

Organizações de defesa dos Direitos Humanos têm denunciado execuções sumárias, detenções arbitrárias e perseguições ilegais ao abrigo das OLP.

/Lusa

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.