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Descobertas estrelas monstruosas que brilham 30 milhões de vezes mais que o Sol

NASA, ESA, P.Crowther (University of Sheffield)

Aglomerado de estrelas R136 na região central da Nebulosa da Tarântula na Grande Nuvem de Magalhães.

Uma equipa de astrónomos britânicos conseguiu detectar um grupo de nove estrelas super-massivas, tão maiores e tão mais brilhantes do que o Sol que falam delas como “monstruosas”.

Estas estrelas “monstruosas” foram encontradas no aglomerado estelar R136, a 170 mil anos-luz da Terra, graças às imagens captadas pelo telescópio Hubble em 2009. O aglomerado inclui dezenas de estrelas que superam em mais de 50 vezes a massa do Sol.

Em 2010, astrónomos da Universidade de Sheffield, em Inglaterra, detectaram os primeiros sinais de estrelas super-massivas quando encontraram quatro astros com tamanhos individuais superiores em 150 vezes à massa do Sol.

Agora, os mesmos cientistas encontraram cinco novas estrelas, tendo cada uma um tamanho 100 vezes superior à massa solar.

Os dados foram divulgados esta semana pela Sociedade Real Astronómica britânica (RAS, na sigla em Inglês), que salienta que este grupo de nove estrelas, que em conjunto são 30 milhões de vezes mais brilhantes do que o Sol, são o maior cúmulo estelar massivo identificado até agora.

Apesar da “monstruosidade” da dimensão destas estrelas, nenhuma chega aos calcanhares da R126a1, a maior estrela conhecida do universo, que supera a massa do Sol em mais de 250 vezes.

Tanto a R126a1, como o R136 encontram-se na chamada Nebulosa da Tarântula, também conhecida como 30 Doradus ou NGC 2070, na região da Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia anã satélite da Via Láctea.

Nesta Nebulosa da Tarântula estão alojadas algumas das estrelas mais massivas que se conhecem, mas a forma como elas se originam continua a ser um mistério.

A astrónoma Saida Caballero-Nieves, que participou nesta descoberta, nota que “tem havido sugestões de que estes “monstros” resultam da fusão de estrelas menos extremas em sistemas binários fechados”, conforme cita a RAS.

Porém, essa ideia “não pode contar para todas as estrelas realmente massivas que vemos no R136”, frisa Saida Caballero-Nieves, tendo em conta o que “conhecemos sobre a frequência das fusões massivas”. Assim, é provável que “tais estrelas podem originar-se a partir do processo de formação de estrelas”, evidencia a astrónoma.

Certo é que o Hubble foi determinante para as encontrar no meio de uma região repleta de estrelas, segundo destaca o líder da investigação, Paul Crowther, no site da RAS.

Os astrónomos tiraram partido do facto de estas estrelas “monstruosas” irradiarem melhor no ultravioleta e cruzaram imagens captadas pelo telescópio do espectro visível com imagens ultravioleta do espectómetro STIS (Space Telescope Imaging Spectrograph).

“A capacidade de distinguir a luz ultravioleta das suas partes componentes numa região tão excepcionalmente super-povoada, solucionando a assinatura de estrelas individuais, só foi possível com os instrumentos a bordo do Hubble”, sublinha Paul Crowther.

SV, ZAP

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