Dentes pré-históricos ajudam a explicar porque desapareceram os neandertais

d.r. Daniele Panetta

Modelos digitais dos dentes de leite pré-históricos encontrados em Riparo Bombrini e na Gruta de Fumane, em Itália

Modelos digitais dos dentes de leite pré-históricos encontrados em Riparo Bombrini e na Gruta de Fumane, em Itália

Uma investigação que contou com a colaboração de várias instituições europeias permitiu concluir que dentes de leite pré-históricos, encontrados entre achados arqueológicos em Itália, pertencem a humanos modernos que datam de há cerca de 40 mil anos. Provas físicas que demonstram que os nossos antepassados mais directos estão directamente associados ao desaparecimento dos Neandertais.

Os dentes de leite em causa foram descobertos em 1976 em Riparo Bombrini e em 1992 na Gruta de Fumane, dois locais com achados arqueológicos pré-históricos no norte de Itália. Mas só as técnicas modernas, desenvolvidas nos últimos anos, é que permitiram concluir que se trata de dentes de humanos anatomicamente modernos.

Estas análises foram feitas por investigadores da Universidade de Bolonha, do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva e do Instituto de Fisiología Clínica CNR de Pisa, numa pesquisa colaborativa que permitiu constatar que “estes dentes representam o humano moderno mais antigo encontrado num contexto arqueológico relacionado com o Aurignacense, sobrepondo-se no tempo com os últimos Neandertais”, relata o Europapress.es.

A cultura Proto-Aurignacense existiu há cerca de 42 mil anos antes de Cristo na Europa.

Esta descoberta tem assim implicações importantes para o entendimento da “interacção entre os humanos modernos e os Neandertais” e para os estudos sobre o que levou à extinção dos segundos, sublinha a mesma publicação.

“A associação de restos modernos com o contexto arqueológico relacionado com o Aurignacense proporciona logo evidência física de que a chegada da nossa espécie ao Continente provocou o desaparecimento dos Neandertais um par de milénios mais tarde”, explica o director do Departamento de Evolução Humana do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, Jean Jacques Hublin, citado pelo Europapress.es.

Outro dos autores do estudo, Stefano Benazzi, da Universidade de Bolonha, salienta que “só graças à colaboração de várias instituições europeias é que os restos fósseis puderam ser investigados completamente” e que tudo isto “só foi possível graças às inovações técnicas desenvolvidas na última década”, de acordo com declarações divulgadas pela mesma publicação.

ZAP

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