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Dados pessoais de clientes do Barclays roubados e vendidos

SomeDriftwood / Flickr

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Cerca de 27 mil ficheiros com dados pessoais de clientes do Barclays foram desviados do Banco e vendidos a agentes financeiros, que os usaram para retirar dinheiro às pessoas, revelou hoje o diário “Mail on Sunday”.

O jornal britânico, que cita uma fonte conhecedora do caso sob anonimato, teve acesso a cerca de 2.000 desses ficheiros, os quais foram recopiados pelo antigo departamento de planeamento financeiro do Banco – encerrado em 2011 – e que incluem dados como os números do passaporte e da segurança social, rendas, hipotecas, estado de saúde, investimentos e mesmo sobre a situação de risco dos clientes.

Em comunicado, o Barclays agradeceu ao periódico a denúncia do caso, adiantando que vai iniciar uma investigação interna com vista ao apuramento de responsabilidades, ao mesmo tempo que enfrenta o risco de ser multado pelas entidades reguladoras, por perda de dados pessoais de clientes.

“Isto parece tratar-se de um ato criminoso. Vamos cooperar com as autoridades para encontrar o responsável”, sublinhou o banco britânico, garantindo que a privacidade dos seus clientes é para si “uma prioridade”.

De acordo com o diário, os ficheiros estiveram à venda no mercado negro por cerca de 50 libras cada (60,2 euros), tendo servido para uma estratégia agressiva para persuadir os clientes a fazerem investimentos, comprarem ações ou produtos desnecessários ou mesmo fraudulentos.

A fonte do “Mail on Sunday” salientou que este tipo de dados com informação pessoal representa “uma mina de ouro” no mercado paralelo, uma vez que permite ao vendedor dos produtos financeiros ter um conhecimento profundo das necessidade dos clientes.

O jornal adianta que não está esclarecida a forma como foram roubados os ficheiros e recorda que o Barclays incorre numa multa até 500 mil libras (600.700 euros), por descuido na proteção de dados pessoais.

A fonte do jornal, que forneceu um cartão de memória com cerca de 2.000 ficheiros de amostra, declarou que “este tipo de comércio ilegal ocorre com muita frequência na City” (centro financeiro de Londres).

/Lusa

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