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Costa não revela acordo à esquerda

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Tiago Petinga / Lusa

No dia em que António Costa se reúne com a Comissão Política Nacional do PS, são muitos os membros do partido a querer saber as bases do acordo à esquerda, algo que o líder socialista parece não querer revelar, pelo menos, para já.

A Comissão Política Nacional vai reunir-se esta quinta-feira, às 21h30, e deverá discutir o acordo que António Costa está a construir com as forças políticas de esquerda, nomeadamente, o BE, o PCP e Os Verdes.

O secretário-geral do PS não deverá chegar à reunião com um acordo fechado, diz o jornal i, mas a noite de hoje será crucial, tendo o líder socialista de tornar claro aos membros do partido as bases deste possível acordo e o impacto que poderá ter se o levar para a frente.

As críticas por parte de alguns membros do partido também se poderão fazer ouvir, já que esta aproximação com os partidos de esquerda é um tema controverso para alguns.

É o caso de António Vitorino que diz “querer ver para crer” e de Fernando Medina, atual presidente da Câmara de Lisboa, que num artigo do Correio da Manhã, saudou a “clarificação” de Costa à saída de Belém, mas sublinhou que “está longe de ser completa”. Medina pede mesmo “os termos concretos do entendimento entre PS, PCP e BE”, sobretudo, no que diz respeito aos compromissos internacionais.

A intervenção mais aguardada parece ser a de Sérgio Sousa Pinto, que sempre se mostrou contra um acordo com o BE e PCP, dizendo mesmo que esta solução é uma “barafunda suicida”.

Por sua vez, em declarações à Renascença, Vera Jardim disse que “o problema é encontrar uma solução que não seja momentânea que dê viabilidade ao programa e ao Orçamento, mas que tenha anunciada uma crise política para daqui a dez ou onze meses”.

Porém, de acordo com o Público, António Costa não vai precisar de se preocupar com os deputados do PS denominados por “seguristas”, uma vez que até estes deverão respeitar a “orientação do partido nas votações essenciais” como, por exemplo, a moção de rejeição do programa do Governo da coligação, caso Passos seja indigitado como primeiro-ministro por Cavaco Silva.

Em declarações ao mesmo jornal, Eurico Brilhante Dias, deputado eleito do PS e membro do secretariado de Seguro, diz que está à espera para ver os próximos episódios.

“Eu não quero quebrar a disciplina de voto”, afirma o economista. “A única coisa que eu equaciono é olhar para os termos do acordo” que o líder socialista poderá ter com os partidos de esquerda.

Também o presidente da Federação Distrital de Santarém do PS, António Gameiro, não tem uma opinião definitiva. Questionado sobre se votaria contra um Orçamento proposto por um governo do seu partido, o deputado respondeu que “depende, mas em princípio não”.

Ainda não são conhecidas as bases deste possível acordo, até porque Costa não está disposto a fazê-lo, pelo menos, antes de se discutir na Assembleia o programa de governo da coligação.

Segundo o Diário de Notícias, o líder socialista quer que a discussão se centre no programa do PSD-CDS, evitando assim que as atenções se virem para o programa dos partidos de esquerda.

Relativamente a Cavaco Silva, as audiências em Belém com os partidos que elegeram deputados terminaram ontem mas o Presidente da República parece querer manter o silêncio. A decisão deverá fazer-se ouvir até ao final desta semana.

ZAP

8 Comments

  1. Eu sei como foi feito o acordo, vejam lá:

    Costa: Ó pessoal como sabem eu perdi estas eleições e como bem lembram quando dei a facadinha amigável nas costas do Seguro disse que era porque ele tinha ganho por um pouquinho apenas e agora estou lixado…

    Catarina Martins: Ó Costa mas nós andámos aqui a chamar-vos nomes e a dizer que PS e coligação eram farinha do mesmo saco, vocês disseram que nós só criticávamos mas que nunca na vida conseguimos resolver um problema aos Portugueses, como vamos fazer para o Tuga não achar isto estranho?

    Costa: Isso não interessa rapariga, conta lá quantos cargos achas que valem os teus pontinhos…

    Costa para Jerónimo de Sousa: Boas grande companheiro, tantas vezes nos ofendemos, que tal fazermos agora algo diferente para variar?

    Jerónimo: É pá mas eu quero o escudo de volta, não quero fazer parte do Euro

    Costa: Ó Jerónimo agora amigo, qual a diferença de sermos pagos em escudos ou Euros? Esquece lá tudo o que andaste estes anos todos a dizer mal e diz-me quantos cargos valem os teus pontinhos, vamos mas é dar todos o dito por não dito que já se passaram 2 ou 3 semanas e já ninguém se lembra, com sorte o Benfica ganha e nós governamos isto

    Jerónimo: então e a coligação? não foram eles que ganharam?

    Costa: Esquece lá isso pá, se algum Português perceber isso tu ficas sem os teus lugares e eu sou despedido…

    Cenas do próximo episódio num teatro de comédia perto de si…

  2. A ordem natural das coisas fez com que fosse a coligação a tirar Portugal do ajustamento a que o desvario despesista do PS e credores nos obrigaram e em menos de 3 anos conseguiram! Ainda temos água pelos queixos!
    Não consigo é imaginar o “experiente ” pai dos convites ao FMI (3 vezes) governar naquelas condições! Sem pérolas…

  3. Acordo de viabilização do governo socialista e as negociações serão pontuais, conforme lhes der na real gana! Se não é indecoroso à vista de todos, então 20% dos votos estão apenas a empurrar o PS como pau mandado apenas para derrubar o governo da coligação independentemente de o não conhecerem! É esta a democracia carregada de ética e moral política…
    Admira estar a saltar do armário o ilustrado corte inglês Jhon Soress “abrilhantado” com pedradas do governo angolano de forma não menos reluzente! E depois, fins de carreira… O desaparecido das lides de há 10 anos e o desgastado nada pujante ex-regional dos Açores na bancada parlamentar… Viva o regime democrático e podserão escrever o que disse hoje à RTP-Respigado do Jornal i – ANTÓNIO BARRETO-Pordata: “solução de Costa não vai durar mais que um ano e meio e pode conduzir ao segundo resgate.”
    NOTA: A.Barreto -Partido Comunista (1963-1970);Partido Socialista (1974-1978); Movimento dos Reformadores (1978-1983) com Medeiros Ferreira; (parte da Aliança Democrática, 1979-1983); independente (1983-1987, incluindo uma passagem pelo Primeiro Movimento de Apoio Soares à Presidência);

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