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Computador “disfarça-se” de humano e, pela primeira vez na história, convence

theps.net / Flickr

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O programa de computador Eugene Goostman alcançou um marco na história da inteligência artificial, passando o Teste de Turing, revela a Universidade de Reading, no Reino Unido.

Num evento realizado este sábado, na Royal Society, em Londres, um programa de conversação executado num computador foi capaz de convencer mais de um terço dos interlocutores de que era humano.

Esta é a primeira vez que uma máquina passa no Teste de Turing, desenvolvido em 1950 pelo matemático Alan Turing, considerado o pai da inteligência artificial.

O teste de Turing mede o desempenho de uma máquina em relação ao ser humano, na tentativa de convencer as pessoas de que estão a comunicar com um ser humano. Considera-se que a máquina passa o teste se for capaz de convencer um terço dos interlocutores,

O programa, chamado “Eugene”, foi projectado para simular as respostas de um menino de 13 anos de idade, de Odessa, na Ucrânia, e competiu com outros quatro supercomputadores no evento da Royal Society, no qual convenceu 33 por cento do júri de que era humano.

Eugene, o programa projectado para simular as respostas de um menino de 13 anos.

Eugene, o programa projectado para simular as respostas de um menino de 13 anos.

«No futuro, queremos tornar o Eugene mais inteligente e continuar a trabalhar para melhorar aquilo a que nós chamamos de “lógica de conversação”», afirmou Vladimir Veselov, um dos responsáveis pelo desenvolvimento do programa.

«A nossa ideia era que o programa pudesse afirmar que sabe tudo, mas os seus 13 anos tornam perfeitamente razoável que não saiba», advogou Veselov, revelando terem passado «muito tempo a desenvolver a personagem com uma personalidade credível».

Porém, de acordo com especialistas, o sucesso de Eugene pode levantar algumas preocupações.

«No campo da inteligência artificial, não existe marco mais emblemático e controverso do que o Teste de Turing, quando um computador convence um número suficiente de interrogadores de que não é uma máquina, mas sim um ser humano», disse Kevin Warwick, professor convidado na Universidade de Reading.

«Ter um computador que pode enganar um ser humano a pensar que é alguém, ou mesmo alguma coisa, é um alerta sobre o perigo do crime cibernético», alertou.

CG, ZAP

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